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Juros fecham em alta com risco fiscal e aposta em tom conservador do Copom

As preocupações com o cenário fiscal continuaram acentuando a inclinação da curva de juros nesta quarta-feira, 5, dia de decisão de política monetária no Brasil. As taxas fecharam em alta e nas máximas. O consenso em torno de um corte de 0,25 ponto porcen

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.08.2020, 18:12:00 Editado em 05.08.2020, 18:19:56
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As preocupações com o cenário fiscal continuaram acentuando a inclinação da curva de juros nesta quarta-feira, 5, dia de decisão de política monetária no Brasil. As taxas fecharam em alta e nas máximas. O consenso em torno de um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic esta noite está mantido, embora a precificação tenha recuado marginalmente dos 80% em que vinha rodando nos últimos dias. Já as apostas de redução da taxa básica em setembro, que ontem já haviam perdido força, hoje caíram mais, diante da expectativa de um tom conservador no comunicado do Copom em função do aumento do risco fiscal, da pressão no câmbio e de dados indicando retomada gradual da atividade.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou na máxima de 1,955%, de 1,913% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2022 encerrou em 2,77%, de 2,742%. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxa de 3,81% (máxima), ante ajuste de 3,763%. A taxa do DI para janeiro de 2027 subiu de 6,183% para 6,27%, encerrando também na máxima.

Após percorrerem a manhã perto dos ajustes, com viés de baixa, as taxas passaram a subir à tarde e a renovar máximas em vários pontos da curva. A inclinação vem aumentando nas últimas sessões, na medida em que crescem as pressões para a prorrogação dos programas emergenciais contra a crise e para mudança no teto dos gastos, o que afrouxaria o controle fiscal depois da pandemia.

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E o governo segue com dificuldade em convencer Congresso, empresários e a sociedade da necessidade de um novo imposto para compensar o crescimento dos gastos. "A impressão é de que Paulo Guedes está meio isolado", disse um economista, para quem também "pegou muito mal" a declaração do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos -RJ), em entrevista ao jornal O Globo, defendendo uma "certa flexibilização" nos gastos para que o governo invista em ações sociais e de infraestrutura.

Nesse contexto de pessimismo sobre as contas públicas, há expectativa de uma postura mais conservadora do Copom no comunicado desta noite em relação ao futuro da Selic nos próximos meses. Não que se espere indicação de aperto da taxa, mas sim de que o esperado corte de hoje pode ter encerrado o processo de distensão monetária e que o juro básico deve permanecer em 2% por um longo período.

Não por acaso, na curva, a probabilidade de queda de 0,25 ponto na Selic no Copom de setembro, que ontem era de 26%, hoje caiu a 20%, enquanto a chance de corte nesta noite passou de 80% ontem para 77%, segundo cálculos do Haitong Banco de Investimento.

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