MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Juros: curva ganha inclinação em novo dia de cautela com tarifas dos EUA

Os juros futuros fecharam a quinta-feira com viés de baixa no caso dos contratos curtos e em alta na ponta longa, em desenho definido só a partir do meio da tarde. A volatilidade vinda do exterior em função da guerra tarifária continuou comandando os negó

Denise Abarca (via Agência Estado)

·
Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 10.04.2025, 18:03:00 Editado em 10.04.2025, 18:09:07
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Os juros futuros fecharam a quinta-feira com viés de baixa no caso dos contratos curtos e em alta na ponta longa, em desenho definido só a partir do meio da tarde. A volatilidade vinda do exterior em função da guerra tarifária continuou comandando os negócios, deixando os juros futuros sem direção firme ao longo da sessão.

continua após publicidade

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 estava em 14,805%, de 14,821% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027, em 14,52%, de 14,48%. O DI para janeiro de 2029 tinha taxa de 14,47% (de 14,39%).

Os ativos de economias emergentes sofreram com a volta da aversão ao risco que manteve o dólar acima de R$ 5,90 durante boa parte do dia, enquanto os rendimentos dos Treasuries oscilaram ora com viés de alta ora de baixa, sem firmar tendência.

continua após publicidade

A falta de disposição da China em negociar as tarifas com os EUA já estressava os mercados antes mesmo da Casa Branca, no início da tarde, esclarecer que a carga tributária total americana sobre importações ao país asiático agora chega a 145%. O governo dos EUA elevou a taxa para 125%, substituindo a anterior de 84%, que agora se soma aos 20% já vigentes antes das tarifas recíprocas, segundo comunicado.

Depois da divulgação do texto, os mercados ampliaram as perdas e os juros futuros deslizaram para cima e para baixo e um desenho mais firme acabou se configurando só a partir do meio da tarde, com a ponta longa em alta. Para o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, o elevado nível de estresse e num ambiente de mudanças rápidas dificulta a precificação correta dos ativos, especialmente os de longo prazo. "A ponta longa da curva tem um ingrediente mais estrutural, relacionado ao fiscal e ao cenário político. Se lá fora azedar e rebater aqui com impacto na atividade, o governo pode pensar em aumentar os estímulos fiscais", explica.

Com o cenário à frente bastante nublado pelas incertezas externas, Igliori afirma que para Brasil "o máximo que dá para enxergar é que a inflação não deve ir embora tão cedo". Ainda que os preços das commodities estejam em baixa - o petróleo hoje caiu mais de 3% -, a piora do câmbio deve mais do que compensar no efeito na inflação. "O dólar afeta uma série de outros preços", observa.

continua após publicidade

A agenda econômica do dia, aqui e no exterior, acabou ficando em segundo plano, ofuscada pela guerra das tarifas. "Os dados de alta frequência têm pouco a dizer sobre o que vêm pela frente. O passado está informando pouco sobre o futuro", resume o economista.

No Brasil, foi publicada a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de fevereiro, mostrando alta de 0,8% em fevereiro ante janeiro, resultado que superou o teto das estimativas (0,4%).

Nos EUA, foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), com alta de 0,1% em março ante fevereiro, em linha com o consenso. O avanço do núcleo, de 0,1%, veio abaixo da mediana (0,3%).

Num ambiente hostil para o risco, o Tesouro reduziu bastante a oferta de títulos prefixados, evitando adicionar volatilidade à curva. Os lotes foram vendidos integralmente. Foram 8 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) - de 21,5 milhões na semana passada - e 1 milhão de Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F) - de 3 milhões no último leilão. "Destacamos a postura do Tesouro em diminuir o ritmo das ofertas em razão da adoção de cautela após o aumento das incertezas provenientes do cenário internacional", avaliam profissionais da XP.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Juros: curva ganha inclinação em novo dia de cautela com tarifas dos EUA"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!