MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Juros: curva abre na esteira de aversão a risco global

A aversão a risco global contaminou a curva de juros, que passou a abrir nesta tarde. O mercado entendeu que nem mesmo o presidente Donald Trump descartou o risco de uma recessão nos Estados Unidos, o que fez o dólar acelerar alta e, em efeito dominó, com

Caroline Aragaki (via Agência Estado)

·
Escrito por Caroline Aragaki (via Agência Estado)
Publicado em 10.03.2025, 17:45:00 Editado em 10.03.2025, 17:53:51
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A aversão a risco global contaminou a curva de juros, que passou a abrir nesta tarde. O mercado entendeu que nem mesmo o presidente Donald Trump descartou o risco de uma recessão nos Estados Unidos, o que fez o dólar acelerar alta e, em efeito dominó, com impacto primeiramente nas taxas curta e intermediária - que são mais sensíveis à política monetária - pelo maior risco inflacionário. Mas o vértice longo também acabou acompanhando o movimento, com o mercado se ajustando para leilão do Tesouro amanhã.

continua após publicidade

Por volta das 17h20, taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 subia a 14,785%, de 14,733% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 avançava a 14,675%, de 14,586%, e a taxa para janeiro de 2029 aumentava para 14,630%, de 14,567%.

"O movimento hoje é global. A percepção de risco global piorou nesta tarde, então houve um aumento forte dos prêmios. Isso afeta o câmbio, e puxa os DIs", afirma o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. Ele vê o movimento como consequência da insegurança do mercado sobre a política tarifária do presidente Donald Trump, "que vai e volta", com várias casas inclusive revisando as projeções para o crescimento dos EUA e aumentando a possibilidade de recessão, segundo ele.

continua após publicidade

Ao ser questionado sobre a possibilidade de recessão, Trump citou que a economia americana está em transição. "Essa declaração deu a entender que ele não descarta uma recessão nos EUA, então o mercado deu uma boa estressada", explica o economista-chefe da Equador Investimentos, Eduardo Velho. Ele menciona que o índice do medo Vix, "que capta a incerteza do mercado", chegou a saltar mais de 20%.

A apreciação do dólar, que fechou a R$ 5,85, leva à interpretação de maior risco inflacionário, o que pode tornar o trabalho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) mais difícil à frente.

No âmbito político, hoje a nova ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, direcionou-se ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em seu discurso de posse, e disse que pretende "ajudar na consolidação das pautas econômicas desse governo", em um sinal de alinhamento com a agenda da equipe econômica.

continua após publicidade

Já o BC informou que adiou a publicação de dados fiscais de janeiro pela segunda vez, de 12 de março para 14 de março.

O mercado se prepara, ainda, para o leilão do Tesouro Nacional amanhã, que ofertará LFTs com vencimentos para 1º/3/2028 e 1º/3/2031, e NTN-Bs para 15/8/2030; 15/5/2035; e 15/8/2060. Com estresse no mercado externo, contudo, a perspectiva de alguns operadores de renda fixa é de que o Tesouro não oferte lotes grandes como fez nos primeiros dois meses do ano.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Juros: curva abre na esteira de aversão a risco global"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!