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Juros: Confirmação da Fazenda de reoneração de combustíveis derruba taxas longas

Os juros futuros fecharam em queda, especialmente os de longo prazo, com a confirmação do Ministério da Fazenda de que haverá retorno integral da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis. Ainda que tenha potencial para pressionar a inflação, a

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 27.02.2023, 18:49:00 Editado em 27.02.2023, 18:55:42
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Os juros futuros fecharam em queda, especialmente os de longo prazo, com a confirmação do Ministério da Fazenda de que haverá retorno integral da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis. Ainda que tenha potencial para pressionar a inflação, a medida é vista como uma boa notícia pelo incremento na arrecadação de R$ 28,9 bilhões, num momento em que o cenário fiscal é a maior preocupação dos investidores. Além disso, a decisão é considerada uma vitória da equipe econômica ante as pressões do PT para que a desoneração fosse renovada. Pela manhã, as taxas já cediam com a perspectiva de tal desfecho para a questão dos combustíveis, com ajuda do IGP-M abaixo da mediana e o ambiente externo hoje ameno.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,37%, de 13,46% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 12,77% para 12,62%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 12,85%, ante 13,06% no ajuste de sexta-feira. E o DI para janeiro de 2029 encerrou com taxa em 13,21%, de 13,40%.

Um conjunto de fatores já puxava, pela manhã, uma correção técnica para baixo, após a curva ter encerrado a última semana com avanço acumulado em todos os vértices. Apesar da piora das estimativas de inflação na pesquisa Focus, o mercado encontrou espaço para devolver prêmios a partir da deflação de 0,06% do IGP-M de fevereiro, ante mediana esperada de +0,05%, e apoiado no recuo dos rendimentos dos Treasuries, enquanto acompanhava com um "otimismo cauteloso" pelo desfecho da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e outros ministros sobre questão dos combustíveis.

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A desoneração do PIS/Cofins sobre a gasolina e etanol é válida somente até amanhã, o que pedia certa urgência na definição sobre a prorrogação ou não da medida. Declarações da presidente do PT, Gleisi Hoffman, na sexta-feira, em prol da extensão até que se discutisse uma nova política de preços para a Petrobras, deixaram o mercado ressabiado sobre a possibilidade de que a equipe econômica, que defendia o fim da isenção, capitulasse às pressões políticas. Além disso, durante o dia, circularam no mercado informações de que a volta da cobrança poderia ser escalonada, saída que poderia contemplar um pouco das duas alas.

Portanto, a decisão de retomada integral da cobrança é lida como um sinal de prestígio do ministro, que, após ter assumido o cargo sob muita desconfiança, também ganha mais pontos junto ao investidor. A reoneração será feita sob uma nova modelagem, a ser ainda divulgada, mas o governo garante que não haverá perda ante a arrecadação de R$ 28,9 bilhões dos moldes originais.

Em termos de precificação dos ativos de renda fixa, o potencial efeito de curto prazo para a inflação acaba sendo compensado pela melhora do risco fiscal e político, como apontou a reação da curva de juros. "Vai dar nó na cabeça de muita gente. A volta do PIS/Cofins sobre combustíveis pode ser positiva para as expectativas de inflação e juros, no horizonte que é mais relevante para a política monetária", afirmou, no Twitter, a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória.

Contato: denise.abarca@estadao.com

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