Os juros futuros fecharam a sessão desta sexta-feira em alta, destoando do fechamento da curva dos Treasuries e ignorando a leve queda do dólar. A ponta curta renovou máxima no fim da tarde após fontes relatarem ao Broadcast uma menor possibilidade de que a Petrobras baixe o preço do combustível, limitando um fator que aliviaria a inflação no curto prazo, após dados da Pnad contínua e do IGP-M mais cedo terem reforçado as apostas do mercado de um ciclo de aperto monetário mais longo. A curva precifica a Selic tendo ápice em junho de 2025, a 12,80%; e ficando em 12,50% no horizonte relevante do BC, ou seja, março de 2026.
A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu a 12,265%, de 12,201% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 12,300%, de 12,223%, e o para janeiro de 2029 avançou para 12,355%, de 12,309% no ajuste de ontem.
O Broadcast mostrou nesta tarde que a queda mais consistente das cotações do barril de petróleo, com o Brent por volta dos US$ 70, reduz a receita da Petrobras com exportação e tem feito a companhia manter os preços dos combustíveis acima da paridade de importação (PPI) para compensar perdas, disseram fontes da estatal. A commodity acumulou forte queda semanal: de 4,41% no barril do WTI para novembro, e de 3,49% no Brent para dezembro.
O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, avalia que a possibilidade de a estatal cortar o preço do combustível seria um fator de alívio na inflação de curto prazo, mas este eventual cenário vem perdendo espaço e traz como consequência a puxada nos juros mais curtos.
Voltando aos juros futuros, o vértice curto já era pressionado desde cedo por dados macroeconômicos locais. A taxa de desemprego pela Pnad contínua caiu para 6,6% no trimestre até agosto, no piso das estimativas de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de 6,6% para 6,9%, com mediana de 6,7%.
O vértice mais longo também seguiu em alta nesta sexta-feira. A curva perdeu parte da inclinação na comparação com a véspera, mas continuou o movimento da véspera de abertura pela deterioração fiscal. "Antes discussão fiscal era se o governo seria capaz de cumprir a meta de primário. Agora é discutida a forma como o governo vai fazer essa meta, e por ora está parecendo que o ajuste será feito muito mais pela receita do que pela despesa", avalia Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.
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