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Juros: Cenário inflacionário ajuda, mas ruídos pesam e taxas ficam de lado

Os juros futuros fecharam a quarta-feira, 13, perto da estabilidade. A agenda esteve esvaziada, mas o noticiário, nem tanto. A novela dos dividendos na Petrobras teve novos capítulos, assim como cresceram os ruídos vindos de Brasília que têm mantido a per

Denise Abarca (via Agência Estado)

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Escrito por Denise Abarca (via Agência Estado)
Publicado em 13.03.2024, 18:06:00 Editado em 13.03.2024, 18:10:58
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Os juros futuros fecharam a quarta-feira, 13, perto da estabilidade. A agenda esteve esvaziada, mas o noticiário, nem tanto. A novela dos dividendos na Petrobras teve novos capítulos, assim como cresceram os ruídos vindos de Brasília que têm mantido a percepção fiscal mais negativa. O mercado monitorou ainda o julgamento da incidência do ICMS sobre as tarifas de transmissão e distribuição. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi de que o imposto integra a base de cálculo das tarifas, cobrança esta que já vinha ocorrendo na prática.

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No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 9,860% (máxima), de 9,838% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro 2026 tinha taxa de 9,69% (máxima), de 9,67% no ajuste de ontem. A do DI para janeiro de 2027 marcava 9,91%, a mesma do ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2029, 10,40%, estável ante ajuste de ontem.

Sem destaques hoje no calendário econômico, a leitura benigna da abertura do IPCA divulgado ontem ajudou a manter a curva bem comportada, limitando o contágio da pressão dos Treasuries, relacionada ao leilão de US$ 22 bilhões em T-Bonds de 30 anos. Por outro lado, faltou fôlego para posições mais contundentes em meio ao aumento das incertezas do lado político e fiscal.

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"Os DIs seguem em nível, sem sair do lugar. Nem o ambiente interno nem o externo têm dado elementos suficientes para a alocação de risco nos ativos", afirma Leonardo Monoli, sócio e diretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management.

Internamente, o cenário inflacionário é até promissor, mas as perspectivas fiscais se deterioraram nos últimos dias, mesmo com os sinais de melhora da arrecadação. A reação do presidente Lula à piora da avaliação do governo tem retraído os investidores, receosos sobre o uso da maquina pública para recuperar a popularidade, resultando em aumento indiscriminado do gasto. "O governo teve uma reação intempestiva e o mercado teme que o excesso de arrecadação seja usado para dar impulso à economia", diz Monoli.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Alemanha na próxima semana para participar de uma reunião ministerial convocada pelo presidente Lula na segunda-feira, o que emitiu um sinal negativo para o mercado.

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A tentativa de intervenção em estatais não tem penalizado só a Bolsa, mas também colocado os negócios com juros em banho-maria. Não é bem vista a ideia do governo de criar um novo fundo para direcionar dividendos extraordinários para investimentos, segundo publicou O Globo. O atual, onde são alocados os dividendos extraordinários, não pode ser usado para abater dívidas nem para investimentos, só pagar dividendos futuros, juros sobre capital próprio, recompras de ações e absorção de prejuízos.

Um evento hoje que poderia dar alguma dinâmica para as taxas era o julgamento sobre a incidência do ICMS sobre tarifas de transmissão (TUST) e de distribuição (TUSD) de energia elétrica no STJ. A corte, porém, considerou que o imposto deve integrar a base de cobrança, o que já vinha sendo feito pelos Estados e, portanto, nada muda nem no cenário fiscal nem inflacionário.

O julgamento gerava alguma expectativa porque, caso a cobrança fosse retirada, o efeito no IPCA poderia chegar a -40 pontos-base. Por outro lado, o impacto sobre o caixa dos Estados poderia chegar a R$ 33 bilhões.

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