O coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas, disse nesta sexta-feira, 21, que o mês de junho foi "extremamente positivo" para os mercados e emissão de dívidas. "Observamos aumento do apetite por risco após a resolução do impasse do teto da dívida nos Estados Unidos, o que beneficiou os mercados em geral e os emergentes também", afirmou.
A avaliação de Lobarinhas é de que a curva de juros locais também se beneficiou do otimismo no mercado externo. "Mais do que isso, se beneficiou de fatores domésticos. Na ponta curta, revisão baixista na expectativa de inflação. E na longa, por fatores estruturais, como a melhora da nota de crédito do Brasil e pelo avanço da agenda econômica do governo no Congresso, especialmente a votação do arcabouço fiscal no Senado e a votação da PEC da reforma tributária", disse.
Roberto Lobarinhas disse, ainda, que o bom momento do mercado no mês de junho também se refletiu no volume de emissões pelo Tesouro. O coordenador destacou que mais de 50% das emissões de junho foram de títulos prefixados, que somaram a segunda maior emissão de 2023. "Em junho, tivemos a maior emissão líquida desde dezembro de 2020, que contribui para diminuir o resgate líquido", afirmou.
Em junho, as emissões da DPF somaram R$ 151,31 bilhões e os resgates totalizaram R$ 7,10 bilhões. Na DPMFi, foram emitidos R$ 87,52 bilhões de títulos prefixados, R$ 35,68 bilhões de flutuantes e R$ 27,90 bilhões de índice de preços. Já a emissão líquida da DPF em junho somou R$ 144,21 bilhões. No ano, há acúmulo de resgate líquido de R$ 56,66 bilhões.
Volatilidade internacional
Lobarinhas, observou que o mês de julho está marcado por bastante volatilidade no mercado de títulos de dívida dos Estados Unidos (Treasuries), e que esse movimento internacional aumentou a inclinação da curva doméstica de juros neste mês.
O Tesouro ressaltou que julho foi marcado por um processo de correção dos mercados, em que investidores realizaram parte dos ganhos recentes e ajustaram suas expectativas em relação à condução da política monetária dos Estados Unidos.
Além de refletir a volatilidade no exterior, a curva de juros local também ganhou inclinação em função da expectativa sobre o cenário inflacionário local.
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