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Ipea aumenta previsão de alta no PIB de 2023, de 2,3% para 3,3%

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou nesta sexta-feira, 29, sua projeção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023, de uma alta de 2,3% para avanço de 3,3% em 2023. Para 2024, a previsão foi mantida em um cre

Daniela Amorim (via Agência Estado)

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Escrito por Daniela Amorim (via Agência Estado)
Publicado em 29.09.2023, 13:52:00 Editado em 29.09.2023, 13:58:56
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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou nesta sexta-feira, 29, sua projeção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023, de uma alta de 2,3% para avanço de 3,3% em 2023. Para 2024, a previsão foi mantida em um crescimento de 2,0%.

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Os dados oficiais das Contas Nacionais são calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Internamente, as políticas adotadas pelo governo de transferência de renda, valorização do salário mínimo e demais programas sociais, permitem a sustentação da renda das famílias. O aumento do poder de compra da renda das famílias dinamizou o consumo e aquisição de serviços. A expansão da atividade de serviços, um setor altamente empregador, interage com o bom desempenho dos indicadores de mercado de trabalho, com aumentos na população ocupada e na massa salarial real. Além disso, o orçamento familiar, antes bastante pressionado pelos níveis de endividamento e pelo encarecimento do crédito, tem tido algum alívio proveniente da descompressão das taxas de inflação e de medidas de renegociação de dívidas das famílias de baixa renda através de programas como o Desenrola Brasil. A política fiscal também permite a expansão dos serviços públicos essenciais captados na expansão do consumo do governo", justificou o Ipea, na divulgação do documento publicado pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac).

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Conforme as projeções atualizadas, pela ótica da demanda, o consumo das famílias aumentaria 2,9% neste ano e 2,0% no próximo. O consumo do governo subiria 1,8% em 2023, e teria elevação de 1,4% em 2024. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB), recuaria 2,1% neste ano, mas a projeção é de alta de 3,0% em 2024.

"O componente da demanda interna que vai na contramão desse movimento são os investimentos produtivos: a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), especialmente em máquinas e equipamentos, que pressionou a demanda interna para baixo. Os investimentos em construção, no entanto, continuam em trajetória de alta, mesmo com a elevada taxa de juros no crédito imobiliário. O setor é altamente empregador e tem papel protagonista na expansão da ocupação formal do ano, depois do setor de serviços", ressaltou o Ipea, em nota.

Quanto ao setor externo, o Ipea espera alta de 8,5% no volume exportado em 2023, seguido de avanço de 4,1% em 2024. O volume importado aumentaria 0,5% este ano e subiria 4,3% no próximo.

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A Carta de Conjuntura menciona o impacto favorável da reabertura econômica da China no primeiro semestre de 2023 e o dinamismo maior que o esperado na economia dos Estados Unidos.

"O segundo aspecto relevante refere-se ao aumento da participação de mercado dos produtores brasileiros no comércio internacional de soja e petróleo, antes atendido por outros concorrentes. Esse ganho de novos mercados faz com que a taxa de crescimento das exportações brasileiras seja superior à taxa de crescimento do comércio internacional", apontou. "A produção agropecuária brasileira, em especial no Centro-Oeste, vem se beneficiando do clima desfavorável para as colheitas de grãos na Argentina e nos Estados Unidos."

Sob a ótica da oferta, o PIB agropecuário cresceria 15,5% em 2023, seguido de aumento de 0,4% em 2024. Segundo os autores, o Brasil tem aproveitado o cenário favorável não apenas para manter a liderança no mercado internacional mas ainda ampliar a participação nos embarques de commodities que até então tinham menos peso na pauta de exportação. A projeção do instituto para o crescimento do valor adicionado da agropecuária foi revisto para cima, de 13,2% para 15,5% em 2023, devido ao desempenho mais positivo das produções de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, bovinos e aves.

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Conforme as projeções, o PIB da indústria avançaria 1,7% em 2023 e 2,0% em 2024. Os serviços teriam expansão de 2,5% este ano e 2,1% no ano que vem.

Quanto ao desempenho da arrecadação tributária do governo central, os pesquisadores ressaltam que o aparecimento de um déficit primário é reflexo de "fatores excepcionais ocorridos em 2022 que não se repetem em 2023, sendo o principal deles a própria dinâmica dos preços das commodities nos mercados internacionais, em especial do petróleo, e seu efeito sobre a base de arrecadação tributária da economia brasileira".

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Em relação à política monetária, o Ipea estima que a taxa básica de juros, a Selic, encerre o ano de 2023 em 11,75% ao ano, chegando a 9,0% ao ano ao final de 2024.

"No front fiscal, a hipótese é que a melhora gradual do resultado primário do setor público a partir de 2024 permita manter sob controle o grau de incerteza associado à evolução futura das contas públicas - contribuindo, assim, para um ambiente macroeconômico estável, pelo menos no curto prazo. Aliado a certa estabilidade do ambiente externo e dos preços de commodities, nosso cenário pressupõe também uma taxa de câmbio relativamente estável no horizonte de projeção", previu o Ipea.

As previsões consideram uma cotação de R$ 5,00 para o dólar americano ao fim de 2023 e também de 2024.

O Ipea alerta que entre os pontos de atenção sobre o desempenho da economia brasileira estão a estagnação na indústria de transformação, o alto custo de financiamento de capital de giro das empresas e aumento da inadimplência de pessoas jurídicas.

Por outro lado, o mau desempenho dos investimentos poderia ser superado caso entrem em vigor as medidas anunciadas pelo governo federal, do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O documento atenta que "tais projeções podem ser frustradas por conta de externalidades causadas pelas incertezas quanto ao rumo da política monetária dos países centrais, especialmente nos Estados Unidos, a fatores climáticos, a instabilidades geopolíticas e ao quadro interno desafiador de estagnação dos investimentos em máquinas e equipamentos e da indústria da transformação doméstica".

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