O Banco Central Europeu (BCE) destacou que a inflação segue muito alta e que deverá permanecer acima da meta de 2% ao ano por um período prolongado. As considerações foram divulgadas nesta quinta-feira, 24, na ata do encontro que ocorreu nos dias 26 e 27 de outubro.
Na reunião, os participantes pontuaram que o aperto monetário poderá ser pausado caso haja uma recessão prolongada e profunda. Entretanto, no caso de uma recessão considerada superficial, o aperto deverá continuar, visto que o enfraquecimento da atividade não é suficiente para reduzir a inflação à meta.
Ainda segundo o documento, a economia indica risco crescente da inflação arraigada com uma possível espiral de salários. O documento também ressaltou que houve um crescimento salarial, mas que ainda foi moderado.
Alta de juros apoiada pela maioria
A ata mostrou que grande parte dos dirigentes do BCE apoiou uma alta de 75 pontos-base (pb) na taxa de juros, ao passo que uma minoria preferiu a alta de 50 pb.
Segundo o documento, a postura da política monetária foi considerada acomodatícia e argumentou-se que um aumento de 75 pb era um passo necessário rumo a um patamar mais neutro.
Entretanto, os dirigentes também avaliaram que indicar o tamanho das futuras altas como um "foward guidance" não é mais visto como necessário.
Na ata, os participantes destacaram que a trajetória futura dos juros deverá se basear na "evolução das perspectivas para a inflação e a economia".
As autoridades também consideraram que alimentar a incerteza quanto à forma como o Conselho do BCE reagiria às perspectivas de inflação poderia aumentar ainda mais a volatilidade das taxas de juro sem risco na conjuntura atual.
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