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Inflação se descola, com elementos de disseminação ampliada, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, lembrou nesta terça-feira, 14, que o Brasil tem sido um dos países que mais aumentou os juros neste ano. "Depois de início de alta da Selic, a curva inclinou um pouco para baixo, juros longos caíram. Com

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.12.2021, 12:41:00 Editado em 14.12.2021, 12:48:07
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, lembrou nesta terça-feira, 14, que o Brasil tem sido um dos países que mais aumentou os juros neste ano. "Depois de início de alta da Selic, a curva inclinou um pouco para baixo, juros longos caíram. Começamos a ver um realinhamento na estrutura de juros a termo", afirmou, em debate sobre política monetária realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

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Campos Neto reforçou que a inflação brasileira está claramente descolando, com elementos de disseminação bastante ampliada. "Partes mais voláteis do IPCA começaram a mostrar alguma estabilidade, como alimentação no domicílio. Precisamos esperar como isso vai se comportar para frente", completou

O presidente do BC argumentou ainda que se a inflação de energia no Brasil fosse a média de outros países, o IPCA estaria na média mundial. "A inflação de energia mais combustíveis é a mais alta da nossa história", concluiu.

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Inflação ao produtor

Campos Neto apontou que a inflação ao produtor tem sido muito alta em diversos países. "Estamos vendo números que eram vistos em 30 ou 40 anos. Mas o repasse de inflação de produtor para consumidor tem sido diferente em cada país. A China tem uma passagem mais baixa, mas no geral vemos um movimento de inflação global bastante elevado", afirmou.

Ele destacou que o Brasil tem sido destaque no aumento de inflação IPC no mundo, mas que o País está na média em preços de serviços. "Quando olhamos os núcleos sem alimentação e sem energia o Brasil está subindo também, e isso é uma fonte de preocupação. Mas uma situação bem melhor do que quando você olha o índice cheio", completou.

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O presidente do BC mostrou um gráfico com os países que estão subindo os juros e afirmou que esse aperto monetário no mundo vai "secar a liquidez" ainda mais para emergentes. Ele lembrou que Brasil precisa desse investimento externo para gerar crescimento, uma vez que parte fiscal está exaurida.

"Há claramente movimento de aperto monetário no mundo. A Turquia tem inflação alta e resolveu baixar os juros, moeda já desvalorizou 100% depois dessa empreitada. Não acho que é uma política recomendável, foi uma perda de credibilidade total", avaliou Campos Neto.

Ancoragem de expectativas

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O presidente do Banco Central considerou "super importante" que a autoridade monetária atue para ancorar as expectativas. "É muito importante agir de forma rápida, consistente e transparente para que a gente consiga abortar esse processo de desancoragem", afirmou.

Campos Neto voltou a avaliar que há surpresas positivas sobre os dados fiscais, com ganhos de arrecadação devido à inflação, mas também por fatores estruturais. "Houve obviamente sensação de desarranjo em relação ao arcabouço fiscal, muita gente enfatiza isso", reconheceu.

O presidente do BC apontou que os agentes de mercado têm considerado que o crescimento estrutural para frente é mais baixo do que se previa anteriormente.

"A grande fragilidade fiscal do momento não está relacionado a movimentos de curto prazo de melhora, mas sim à capacidade do Brasil crescer. Quando eu coloco um crescimento mais baixo e uma taxa de juros mais alta, a minha trajetória da dívida explode", avaliou Campos Neto. "Há uma parte da fragilidade que diz respeito a ruídos de curto prazo, com gastos. Se o País não crescer, pode haver ações de curto prazo, mas não atingiremos sustentabilidade fiscal", concluiu.

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