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Inflação exige estratégia para conter efeitos

A alta da inflação, hoje na casa de dois dígitos (11,73% em 12 meses), aflige não só os consumidores que veem a renda minguar, mas também as empresas, cuja capacidade de planejar fica comprometida. Os reajustes de aluguéis, combustíveis e energia elétrica

Felipe Siqueira e Gabriel Belic, especial para o Estadão (via Agência Estado)

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Escrito por Felipe Siqueira e Gabriel Belic, especial para o Estadão (via Agência Estado)
Publicado em 03.07.2022, 08:20:00 Editado em 03.07.2022, 08:25:31
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A alta da inflação, hoje na casa de dois dígitos (11,73% em 12 meses), aflige não só os consumidores que veem a renda minguar, mas também as empresas, cuja capacidade de planejar fica comprometida. Os reajustes de aluguéis, combustíveis e energia elétrica, por exemplo, têm um efeito devastador no caixa das micro, pequenas e médias empresas.

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Levantamento do Sebrae em parceria com a FGV, com mais de 13 mil empreendedores, mostra que, para 50% dos entrevistados, a escalada nos custos é o que mais traz dificuldade para o negócio. "Qualquer aumento, seja em matéria-prima, seja em energia, impacta bastante as contas de uma PME", diz o professor de economia da FEA-RP/USP Pedro Henrique Nascimento.

O levantamento mostra ainda que a falta de clientes por causa da queda na renda é outro grande problema para as PMEs. "O custo aumenta, e há uma perda da receita do estabelecimento devido a vendas menores, reflexo do poder de compra reduzido."

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A empreendedora Fabiana Lemos, proprietária de um estúdio de sobrancelhas na região da Avenida Paulista, em São Paulo, conhece bem essa situação. A empresa é familiar: trabalham ela, o marido e a filha. Segundo Fabiana, com a pandemia, a inflação piorou bastante. E alguns itens que encareceram após o estouro de contaminação pelo coronavírus afetaram diretamente o andamento do trabalho.

"Antes, pagava cerca de R$ 20 a caixa de luvas com 50 pares; hoje, fica em torno de R$ 100. Outros itens, como agulhas, algodão e máscaras, que já faziam parte da nossa segurança, também tiveram preços elevados por causa da maior procura." Uma das consequências da alta dos custos foi a troca de local de atendimento. Antes, eles ficavam dentro de uma galeria, também na região da Paulista. Mas, para diminuir os custos com aluguel, decidiram ir para uma sala em um prédio comercial.

Esse tipo de mudança também aconteceu com Ramon Lima, dono do Marahú Comida Paraense, que teve de fechar o espaço físico do negócio, em São Paulo, por causa da inflação. No momento, o Marahú trabalha apenas com delivery - por meio de uma empresa terceirizada - e eventos na capital. Lima não pretende reabrir o espaço físico tão cedo. "As coisas não estão favoráveis, já que tudo está muito caro. Aluguel, custo de manutenção e insumos subiram demais."

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DICAS

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, há algumas alternativas para que as PMEs possam reduzir os efeitos da alta dos custos. O professor de finanças do Insper Ricardo Rocha ressalta que é necessária atenção na hora de comprar insumos em momentos como esse. "Para pagar menos, talvez seja possível trocar algum produto de marca se achar que não vai perder qualidade", diz ele, que recomenda diversificar fornecedor de crédito, lançar produto novo e não misturar a conta pessoal com a conta do negócio.

Outro ponto para prestar atenção é o balanço entre necessidade de aumentar os preços praticados pelo estabelecimento e a sensibilidade do consumidor quanto a possíveis alterações nos valores cobrados. É preciso avaliar se os clientes vão gastar menos ou até mesmo deixar de consumir o produto com a alta dos preços, o que pode piorar ainda mais a situação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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