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Inflação diminui, mas alimento e transporte ainda pesam a mais pobres, diz Ipea

As famílias de renda muito baixa perceberam uma desaceleração no ritmo de aumento nos preços da economia na passagem de dezembro para janeiro, mas os gastos com alimentos e transportes ainda pesaram no bolso, informou nesta terça-feira, 14, o Instituto de

Daniela Amorim (via Agência Estado)

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Escrito por Daniela Amorim (via Agência Estado)
Publicado em 14.02.2023, 12:01:00 Editado em 14.02.2023, 12:07:45
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As famílias de renda muito baixa perceberam uma desaceleração no ritmo de aumento nos preços da economia na passagem de dezembro para janeiro, mas os gastos com alimentos e transportes ainda pesaram no bolso, informou nesta terça-feira, 14, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação passou de 0,71% em dezembro para 0,47% em janeiro para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta, a inflação acelerou de 0,50% em dezembro para 0,56% em janeiro.

"No caso dos alimentos, mesmo diante da queda de preços das carnes (-0,47%) e de aves e ovos (-1,2%), a alta dos cereais (3,5%), das hortaliças (6,4%) e das frutas (3,7%) e os reajustes dos produtos da cadeia do trigo - farináceos (0,98%) e panificados (0,55%) - explicam o impacto deste grupo para a inflação em janeiro, especialmente para as famílias de menor renda. Em relação aos transportes, o aumento das tarifas dos ônibus urbano (0,91%) e interestadual (2,1%) e a elevação da gasolina (0,8%) foram os principais focos inflacionários, em janeiro, para as classes de renda mais baixa. Já para a faixa de renda mais alta, a queda das passagens aéreas (-0,51%) e dos transportes por aplicativo (-17%) ajudou a reduzir o impacto provocado pela alta dos combustíveis e das despesas de emplacamento, seguro e manutenção veicular", apontou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras na Carta de Conjuntura do Ipea.

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Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses alcançou 7,05% na faixa de renda alta, e ficou em 6,18% na faixa de renda muito baixa.

"Para a classe de renda alta, mesmo com os reajustes de alimentos, transportes e comunicação, a maior contribuição à inflação, em janeiro, veio dos reajustes do grupo despesas pessoais, refletindo os aumentos dos serviços pessoais (0,75%) e de recreação (0,89%), cuja parcela do orçamento gasto por estas famílias na aquisição destes serviços é proporcionalmente bem maior que a observada nas faixas de renda mais baixa. Deve-se registrar ainda que, para todas as faixas de renda, parte desta alta inflacionária, em janeiro, foi atenuada pelas deflações das roupas (-0,7%) e dos artigos de higiene pessoal (-1,3%)", completou Lameiras.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, desacelerou de 0,62% em dezembro para 0,53% em janeiro. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 5,77% em janeiro.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76, no caso da renda mais alta.

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