A indústria calçadista gerou 7,7 mil postos de trabalho nos primeiros quatro meses de 2024. No recorte de abril, foram criadas 1,13 mil vagas. Com o resultado, o setor encerrou o quadrimestre empregando, diretamente, 288,28 mil pessoas, 4,9% menos do que o registro de abril de 2023. Os dados são elaborados pela Associação Brasileira da Indústrias de Calçados (Abicalçados)
"Devemos encerrar o ano com crescimento entre 2,2% e 3,8% no consumo interno de calçados. Com isso, a atividade deve registrar incremento produtivo entre 0,9% e 2,2% em 2024. Tivemos bons resultados na feira BFShow (realizada pela entidade em São Paulo), no final de maio, e estamos otimistas para as vendas na segunda parte do ano", diz o presidente executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira
Segundo Ferreira, embora não tenha sido concretizada a alíquota esperada pelo setor, a retomada do imposto de importação para remessas de até US$ 50 do e-commerce internacional, em 20%, deve ajudar na produção nacional. "Também temos a manutenção da desoneração da folha de pagamentos para 2024, o que foi uma conquista importante", afirmou ainda.
No período analisado, o maior empregador do setor calçadista no Brasil seguiu sendo o Rio Grande do Sul, que absorve cerca de um terço da mão de obra da atividade no País. Nos primeiros quatro meses do ano, a indústria de calçados do Rio Grande do Sul gerou mais de 3 mil novos postos, encerrando o período com 87,3 mil empregos diretos na atividade, 3,5% menos do que no mesmo intervalo do ano passado.
Ferreira alertou, no entanto, que o mês de maio foi de "instabilidade" para a indústria gaúcha, que responde por 24% da produção nacional do setor. Durante todo o mês, o setor foi atingido pelas enchentes que impactaram o Estado. Segundo o dirigente, para mitigar o problema, a entidade está solicitando para que sejam liberados o quanto antes os créditos para as empresas atingidas.
O segundo estado que mais emprega no setor segue sendo o Ceará. Entre janeiro e abril, as fábricas cearenses de calçados perderam 434 postos e encerraram abril com 64,72 mil empregos diretos na atividade, 3,4% menos do que no mesmo período do ano passado.
O terceiro maior empregador da atividade no Brasil foi a Bahia, que nos primeiros quatro meses do ano perdeu 117 postos no setor. Com o resultado, as fábricas baianas encerraram abril com 39,62 mil empregos diretos, 9,1% menos do que no mesmo mês de 2023.
Por fim, com a criação de 2,82 mil empregos nos quatro primeiros meses do ano, São Paulo encerrou o período com 32,63 mil postos de trabalho na atividade, 5,2% menos do que no intervalo correspondente de 2023.
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