O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou na ata da reunião da semana passada divulgada nesta terça-feira, 8, que após "debate profundo sobre o atual estágio do processo desinflacionário", que os indicadores recentes da inflação de serviços apontam para uma continuidade da desinflação observada no período recente, apesar "alguma oscilação em níveis ainda acima do patamar compatível com a meta".
Nessa avaliação, o BC ressaltou que é mais relevante focar nos fundamentos subjacentes da inflação de serviços, principalmente possíveis mudanças no mercado de trabalho e na dinâmica da atividade econômica, do que "em movimentos pontuais da inflação de serviços, relativos a algum componente ou algum período".
Na semana passada, o Copom iniciou o ciclo de afrouxamento da Selic com uma queda de 0,50 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25% ao ano, após um ano de estabilidade.
No debate sobre a inflação, o BC manteve a avaliação de que a dinâmica da desinflação segue caracterizada por um processo com dois estágios distintos, sendo que o estágio inicial se mostrou mais profundo do que o esperado em função da dinâmica mais favorável de alimentos, industriais e do comportamento dos preços no atacado.
Nesse sentido, o BC disse que a dinâmica recente da taxa de câmbio e do preço das commodities internacionais, ainda que exibindo maior volatilidade, contribuiu para arrefecer as pressões internacionais sobre a inflação no Brasil.
"Por um lado, esse fenômeno melhora a dinâmica do segundo estágio da desinflação, com uma inércia menor sobre os núcleos de inflação e sobre a inflação de serviços. Por outro lado, a volatilidade inerente aos componentes ligados a alimentos e bens industriais sugere a possibilidade de reversões abruptas, recomendando cautela", ponderou o BC.
Nesse debate, o comitê informou que foram mencionados os riscos, parcialmente incorporados no cenário-base, referentes a El Niño, assim como os referentes à evolução do preço internacional do petróleo, que seguiu a governança usual do Comitê em suas hipóteses. "Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária contracionista e cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária."
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