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Ibovespa tenta defender os 108 mil pontos, mas cenário fiscal interno pesa

O Ibovespa abre espaço para recuperar parte das perdas de cerca de 7% da semana passada, iniciando o pregão com valorização em torno de 1%. A alta é superior à vista em Nova York, onde apenas o Nasdaq subia (0,08% perto de 10h40). Vale ressaltar que enqua

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.10.2021, 11:12:00 Editado em 25.10.2021, 11:20:52
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O Ibovespa abre espaço para recuperar parte das perdas de cerca de 7% da semana passada, iniciando o pregão com valorização em torno de 1%. A alta é superior à vista em Nova York, onde apenas o Nasdaq subia (0,08% perto de 10h40). Vale ressaltar que enquanto as bolsas americanas subiram em vários momentos na semana passada, refletindo principalmente a temporada de balanços, o Índice Bovespa apresentou volatilidade e queda. "Acredito em recuperação. Caiu forte demais na semana passada. Olhando para a parte fundamentalista, até parece que o investidor tinha desistido. Claro que temos fatores ruins perigo em relação ao teto de gastos", avalia Rodrigo Knudsen, gestor da Vítreo.

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Contudo, investidores continuam temerosos em relação ao ambiente fiscal e político do Brasil. Embora a semana esteja só começando, problemas ligados a esses temas seguem latejando na cabeça do mercado há dias, à medida que parece cada vez mais certo que o presidente Jair Bolsonaro seguirá adotando medidas populistas para tentar a reeleição em 2022. Apesar disso não ser novidade e mesmo o fato de o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que continuará no governo, indicando que apoiará a atual política, não afasta o clima cauteloso dos investidores em relação ao Brasil.

As discussões sobre o teto de gastos fiscal na semana passada seguem balançando as projeções, afirma Antônio Sanches, especialista em investimentos da Rico. "Nosso time de economia revisou as projeções: esperamos o dólar mais alto, em R$5,70, no final de 2021 e 2022 (antes R$ 5,20); Inflação (IPCA) em 9,1% para 2021 e 5,2% em 2022, antes 9% e 3,9% respectivamente; Elevação na taxa de juros em 1,5 ponto percentual na próxima reunião; Crescimento do PIB menor em 2021 (agora 5,0%, antes 5,3%) e menor em 2022, de 0,8% (antes 1,3%)", cita em relatório.

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Somado a este ambiente, a agenda da semana está repleta de dados aqui e no exterior com força para influenciar os mercados, além da safra de balanços, que ganha tração. No Brasil, saem os dados trimestrais de Vale, Petrobras e Ambev, enquanto nos Estados Unidos os resultados das high techs vão atrair a atenção.

Apesar do tom positivo esta manhã, o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, pondera que isso não indica que esta será uma tendência. "É uma semana intensa com resultados do terceiro trimestre, Copom e dados de conjuntura. Vamos depender do noticiário, CPI da Covid e da atitude do governo", diz em análise matinal a clientes e à imprensa.

Para o Copom desta semana, crescem as estimativas de alta da Selic em 1,5 ponto porcentual, e não mais de 1 pontos. Hoje, o juro básico está em 6,25% ao ano.

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Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em queda de 1,34%, aos 106.296,18 pontos, acumulando perda semanal de 7,28%, num período marcado por crescentes preocupações fiscais, em meio ao possível descumprimento do teto de gastos, que levou à debandada na equipe econômica na última semana. Paulo Valle foi confirmado para a secretaria do Tesouro, na sexta à noite.

Após toda a especulação sobre a saída de Guedes na sexta-feira, que parece ter sido contornada pelo presidente, por ora, o sentimento do mercado é de apreensão sobre o que pode vir no futuro, avalia a CM Capital em relatório. "Ainda que Guedes tenha dito que o furo no teto está limitado a 30 bilhões reais, há uma pressão, admitida tempos atrás pelo próprio ministro da Economia, da ala política do governo para ampliar gastos", cita a CM.

No pior momento, na sexta, o índice Bovespa caiu para 102.853,96 pontos. Conforme Bandeira,

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o Ibovespa não pode perder o nível dos 100 mil pontos para evitar aprofundar as perdas. Na contramão, "para cima", ressalta que há bastante espaço para retomar os recentes recuos.

A alta nas cotações do petróleo no exterior beneficiar recuperação da ações da Petrobrás. Perto de 10h40, subiam quase 4%. Ficam ainda no radar as afirmações, mais uma vez de Bolsonaro, de que não irá interferir na política de preços da estatal. Além disso, a companhia informou que apresentou ao Ibama um pedido de licença de operação para explorar petróleo da região da foz do Rio Amazonas, uma área de extrema sensibilidade ambiental.

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Conforme a CM Capital, o preço da gasolina deve sofrer reajuste nesta semana e o mercado está atento a isso. "Em entrevista ao lado de Bolsonaro, Paulo Guedes admitiu que haverá mais reajustes. Tal medida deve reforçar ainda mais a possibilidade de haver greve dos caminhoneiros a partir de novembro, conforme prometido por lideranças da categoria."

Na China, o minério de ferro fechou em queda de 0,37%, no porto de Qingdao, a US$ 119,08 a tonelada. Ainda assim os papéis da Vale avançavam 0,74% às 10h43, ajudando o Ibovespa. As ações de outras mineradoras e de siderúrgicas subiam com mais força do que as da Vale. Usiminas PNA tinha elevação de 1,74% e Gerdau PN, de 1,31%; CSN son subia 0,88%.

A despeito disso, na China, além de continuadas preocupações com a escalada inflacionária no gigante asiático - assim como nos EUA -, chama a atenção dos investidores um novo surto de covid-19 no país, que pode atrapalhar o crescimento.

Às 10h45, o Ibovespa subia 0,97%, aos 107.329,01 pontos, após máxima diária aos 108.032 pontos e mínima aos 106.295,68 pontos.

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