O Ibovespa tenta ecoar a recuperação vista na manhã desta quarta-feira, 17, nos mercados de ações do exterior após recentes perdas. Após os últimos cinco pregões de queda, o Índice Bovespa abriu em alta, mas passou a ter volatilidade, sem forças para sustentar a marca dos 125 mil pontos da máxima intradia. Ontem, o principal indicador da B3 fechou em baixa de 0,75%, aos 124.388,62 pontos.
A agenda esvaziada de indicadores aqui e no exterior, além do vencimento de opções sobre o Ibovespa geram volatilidade. Contudo, há espaço para recuperação. "Apanhou tanto, que seria natural uma recuperação", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Spiess lembra que os últimos dias têm sido negativos diante do aprofundamento das pressões na curva de juros dos Estados Unidos. "E agrega ainda o fiscal complicado no Brasil, que sugere deterioração", diz.
Sem novos motivadores, por ora, os ajustes são discretos. Isso porque os investidores estão à espera de sinais da política monetária mundial, o que poderá ocorrer por meio de discursos de autoridades monetárias dos Estados Unidos, da Europa e do Brasil. Há certa apreensão, dado que bancos centrais como Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) poderá demorar mais para começar a cortar os juros.
"Diante das mesmas preocupações que geraram a deterioração recente, o movimento não deve ganhar intensidade ou consistência", diz o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Alta firme mesmo só as ações ligadas ao minério de ferro. A commodity teve elevação de 4,25% em Dalian, na China, cotado a US$ 120,19 por tonelada, em meio a uma onda de reabastecimento das siderúrgicas chinesas antes do feriado de 1º de maio na segunda maior economia do mundo.
Ao mesmo tempo, os investidores avaliam a expansão do IBC-Br em fevereiro, acima do esperado.
Já o recuo do petróleo, que estende queda dos dois últimos dias, deixa as ações da Petrobras voláteis. Ao mesmo tempo, os investidores monitoram o noticiário sobre a estatal.
A Justiça suspendeu o afastamento do presidente do conselho de administração da companhia, Pietro Sampaio Mendes, após, na véspera, tomar a mesma decisão em relação a outro conselheiro indicado pelo governo, a do ex-ministro Sergio Rezende.
Em meio a dúvidas sobre os impactos do conflito no Oriente Médio, ontem o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que ainda não identificou nenhum sinal de grande mudança em relação ao preço do petróleo em decorrência dos recentes acontecimentos.
Às 11h06, o Ibovespa zerava a queda aos 123.393,25 pontos, após cair 0,18%, com mínima aos 124.158,62 pontos, ante alta de 0,73%, na máxima aos 125.300,97 pontos. Vale avançava 2,00% e Petrobrás perdia entre 0,08% (PN) e -0,07% (ON).
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