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Ibovespa tem no dia a 1ª alta deste mês de agosto, mas cede 2,25% na semana

Mesmo com a cautela ainda dando o tom aos negócios com ativos de risco - pelas incertezas em torno das economias americana e chinesa, as duas maiores do mundo -, o Ibovespa quebrou nesta sexta-feira, 18, sua mais longa sequência de perdas, na série histór

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 18.08.2023, 18:00:00 Editado em 18.08.2023, 18:08:00
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Mesmo com a cautela ainda dando o tom aos negócios com ativos de risco - pelas incertezas em torno das economias americana e chinesa, as duas maiores do mundo -, o Ibovespa quebrou nesta sexta-feira, 18, sua mais longa sequência de perdas, na série histórica iniciada em 1968, e subiu 0,37%, aos 115.408,52 pontos.

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Após os 13 recuos iniciados em 1º de agosto, a referência da B3 oscilou nesta sexta dos 114.423,28 aos 115.728,91 pontos, saindo de abertura aos 114.973,40 pontos.

Na semana, o índice caiu 2,25% - a quarta retração semanal consecutiva -, o que coloca as perdas do mês a 5,36%, e restringe o avanço acumulado no ano a 5,17%. Fraco, o giro ficou em R$ 21,8 bilhões nesta primeira sessão de agosto com fechamento positivo para o Ibovespa.

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Na B3, as ações de grandes bancos, com perdas no mês que chegam a 9,84% para Bradesco ON, subiram moderadamente nesta sexta (Bradesco ON +0,83%, Itaú PN +0,79% , BB ON +0,40%), conferindo suporte, pela ponderação do setor financeiro no índice, para que o Ibovespa fechasse a sessão com leve ganho, em dia negativo para a ação de maior peso individual na carteira, Vale ON, que encerrou em baixa de 1,11%, cedendo 4,16% na semana e 9,22% no mês, cotada agora a R$ 61,22. Em 2023, o papel da mineradora acumula perda de 27,82% - enquanto Petrobras ON e PN avançam, respectivamente, 43,47% e 52,57% no mesmo intervalo.

Em variação acanhada na sessão, Petrobras ON subiu nesta sexta 0,58% e a PN, 0,25% - ambas, como BB ON (+0,65% na semana e +41,98% no ano), foram a exceção positiva da semana entre as ações de maior liquidez, com avanço de 3,05% (ON) e de 3,14% (PN) no intervalo de cinco sessões. Na ponta do Ibovespa na sessão desta sexta-feira, Magazine Luiza (+6,38%) e Carrefour Brasil (+5,24%), com Rede D' Or (-1,85%) e Weg (-1,76%) puxando a fila oposta.

"Tem faltado fluxo, dinheiro novo dos investidores, para a Bolsa - a exceção nesta semana foi a quarta-feira, com o exercício de opções sobre o índice que reforça o giro no dia. A queda de juros Selic foi importante, mas os movimentos de ingresso têm sido marginais, na B3, com poucos investidores se posicionado em ações, o que piorou agora, em agosto, com a retração do estrangeiro, que virou a mão devido à turbulência externa", diz Eduardo Cavalheiro, fundador e gestor da Rio Verde Investimentos, destacando em especial a crise no setor imobiliário da China, setor com grande peso no PIB da maior economia asiática. "Está difícil para a Bolsa sair do lugar, com os juros americanos, em títulos praticamente livres de risco, subindo bastante, na faixa de 4% nos vencimentos de 10 anos, diminuindo assim a atratividade de mercados como o Brasil", acrescenta.

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"A série negativa do Ibovespa foi longa, mas o ajuste relativamente pequeno. Em Nova York, os índices, mesmo numa semana negativa como esta, têm corrigido pouco também, e seguem esticados. Apesar dos juros básicos nos níveis em que estão por lá, na faixa de 5%, a economia dos Estados Unidos é uma máquina de produtividade, e os americanos continuam a fazer sua poupança em ações", diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, mencionando que o retorno médio do S&P 500 nos últimos 20 anos gira em torno de 10% ao ano. "O cenário externo tem prevalecido sobre o doméstico - que melhorou e tende a continuar assim, por exemplo, se o arcabouço fiscal vier a ser aprovado como se espera, possivelmente na semana que vem, mesmo com algumas alterações que vieram do Senado. O governo precisa manter a relação com a Câmara, que tem aprovado matérias importantes - e tem outras ainda por vir", acrescenta.

China, ainda mais que Estados Unidos, pelo papel que tem na formação dos preços de commodities, como o minério, e por ser o principal destino das exportações brasileiras, continua a ser o grande ponto de interrogação deste segundo semestre.

"Se pegar a ação da Vale, vinha de R$ 60 e foi a R$ 100 no começo do ano, com a expectativa de normalização da economia chinesa, que não veio - e agora volta a convergir para R$ 60", diz o gestor da Western Asset. "O governo de lá - apesar do poder financeiro que tem, em situação fiscal muito mais favorável do que a dos Estados Unidos - não tem agido até agora na intensidade que se esperava - por enquanto, o que tem vindo de medidas, são cosméticas", acrescenta Mikail, observando também que uma atitude defensiva do governo chinês em relação à disponibilização de dados considerados sensíveis - como o aumento da taxa de desemprego entre a população mais jovem - pode tornar o quadro ainda mais "nebuloso".

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"Uma boa notícia em relação à China seria um gatilho importante", diz o gestor, que vê chance de o Ibovespa fechar o ano na faixa de 125 mil a 130 mil pontos, considerando também o ritmo de corte da Selic, de meio ponto porcentual, sinalizado pelo Copom.

O mercado financeiro manteve-se dividido sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, entre alta e estabilidade, mostra o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 62,50% esperam avanço da Bolsa na próxima semana, porcentual maior do que os 40,00% da pesquisa anterior. Outros 37,50% preveem variação neutra, de 60,00% no último Termômetro. Mais uma vez, não houve respostas indicando queda.

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