Sinais de adoção de novas medidas de estímulo na China impulsionam alta do Ibovespa nesta terça-feira, 10, apesar da alta moderada das bolsas dos Estados Unidos, do recuo de cerca de 0,90% do petróleo e de 1,74% do minério de ferro, em Dalian, na China. Por aqui, o dólar caía 0,87%, na mínima a R$ 5,0855, em dia também de alívio dos juros futuros, o que beneficia algumas ações ligadas ao consumo na B3.
A despeito da elevação moderada em Nova York, o cenário é de certo alívio, por ora, como retratam os Treasuries na volta do feriado, em meio à percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não elevará os juros no encontro de novembro. Mas a percepção é que as taxas ficarão elevadas por mais tempo do que o imaginado, o que tem reduzido o volume financeiro da B3.
"Ações do setor financeiro sobem lá fora e refletem aqui. Hoje temos um exterior um pouco mais calmo, inclusive em relação ao conflito no Oriente Médio. Os mercados ainda reverberam as declarações de dirigentes do Fed de ontem, sinalizando que não haverá alta dos juros em novembro", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.
Há instantes, o Ibovespa ganhou tração, nas máximas na casa dos 116 mil pontos, depois de abrir aos 115.157,90 pontos, quando teve variação zero. A aceleração coincide com a virada das ações das Petrobras, que cederam mais cedo. Os investidores estão esperando comentários de alguns dirigentes do Fed, em eventos, na tentativa de encontrar sinais de política monetária. Há pouco, Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, alertou que o conflito acrescenta mais uma incerteza ao quadro global.
Há relatos de que a China estuda aumentar seu déficit orçamentário para 2023 enquanto o governo prepara outra rodada de estímulos para ajudar a economia a atingir sua meta oficial de crescimento. Estima-se que serão disponibilizados pelo menos 1 trilhão de yuans (US$ 137 bilhões) em dívida governamental para gastos com infraestrutura.
Em dia de agenda esvaziada de indicadores aqui e lá fora, os investidores ficarão atentos a sinais de política monetárias por dirigentes dos bancos centrais globais, dentre eles o brasileiro Roberto Campos Neto, às margens das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Marrakech, no Marrocos.
Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 0,86%, aos 115.156,07 pontos. Segundo o economista Álvaro Bandeira, o Índice Bovespa precisa ultrapassar os 116.400 pontos, a fim de ganhar potência.
Às 11h07, o Ibovespa subia 1,34%, aos 116.695,82 pontos, na máxima. Petrobras tinha alta de 0,26% (PN) e de 0,03% (ON), enquanto Vale avançava 1,25%. Entre os grandes bancos, Bradesco PN tinha a maior valorização, de 1,60%. CVC puxava o grupo das oito maiores elevações, perto de 10%. Magazine Luiza avançava 6,45%.
Conforme Monteiro, o índice Bovespa aproveita o cenário externo menos desfavorável para recuperar parte da queda de segunda-feira, quando foi aos 113.284,08 pontos (-0,28%).
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