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Ibovespa sobe 2,43%, a 113,9 mil pontos, com melhora do humor externo

No 14º dia de conflito, sinais da Ucrânia e especialmente da Rússia de que a diplomacia é a melhor via para a solução do litígio entre os dois países melhoraram o humor global com ganhos que se aproximaram de 8% nesta quarta-feira em Frankfurt (DAX), que

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.03.2022, 18:35:00 Editado em 09.03.2022, 18:41:00
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No 14º dia de conflito, sinais da Ucrânia e especialmente da Rússia de que a diplomacia é a melhor via para a solução do litígio entre os dois países melhoraram o humor global com ganhos que se aproximaram de 8% nesta quarta-feira em Frankfurt (DAX), que fechou na máxima da sessão assim como Londres (+3,25%) e Paris (+7,13%). Em Nova York, destaque para o Nasdaq (+3,59%), enquanto em São Paulo, em dia de acentuado recuo para o petróleo, negociado bem abaixo de US$ 120 por barril na Nymex (WTI) e também na ICE (Brent), o Ibovespa teve alta de 2,43%, a 113.900,34 pontos, vindo de quatro perdas seguidas. Entre a mínima e a máxima, oscilou dos 111.207,23 aos 114.051,39, do fim da tarde, saindo de abertura a 111.209,75 pontos.

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A forte recuperação nos grandes bancos, com ganhos entre 4,98% (Itaú PN) e 8,79% (Unit do Santander), levou o Ibovespa a renovar máximas do dia à tarde, mais do que compensando o desempenho negativo das gigantes das commodities (ao final misto para Petrobras, ON -0,03%, PN +0,31%), especialmente Vale (ON -2,64%). Na ponta do Ibovespa, ganhos de dois dígitos para CVC (+16,97%), Natura (+16,25%), Banco Inter (+15,18%), Gol (+12,09%), MRV (+10,91%) e Qualicorp (+10,20%). No lado oposto, o setor de commodities, com PetroRio (-6,44%), 3R Petroleum (-4,35%) e Vale (ON -2,64%), além de Bradespar (-1,90%). O giro na B3 segue forte, a R$ 40,2 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa ainda cede 0,50%, mas volta a subir no mês (+0,67%) - no ano, ganha 8,66%.

A Ucrânia tem manifestado nos últimos dias disposição de discutir estatuto de neutralidade para o país. A "desmilitarização" da Ucrânia, país que há anos vinha buscando aproximação do Ocidente por meio de pretendido acesso a organizações como a União Europeia e a Otan, era um dos objetivos manifestos da chamada "operação militar especial" deflagrada pelo presidente russo, Vladimir Putin, no último dia 24. Hoje, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, disse que seu país não pretende ocupar o vizinho nem derrubar o governo ucraniano.

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O tom mais moderado de ambas as partes foi interpretado pelo mercado como indicação de que a guerra começa a frear a determinação dos envolvidos, inclinando-os à mesa de negociação de forma mais efetiva do que a observada nas três primeiras rodadas de conversa. Assim, no meio da tarde, o petróleo passou a mostrar correção acima de 12% na sessão, com o relato de que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estaria pronto a fazer concessões à Rússia por solução do conflito.

"Concessões podem ser feitas, mas não devem ser a traição do meu país. E o outro lado também deve estar preparado para se comprometer - é por isso que são chamadas de concessões. Esta é a única maneira de sair desta situação. Ainda não podemos falar sobre os detalhes. Ainda não tivemos contato direto entre os presidentes. Somente após as conversas diretas entre os dois presidentes podemos acabar com essa guerra", disse Zelensky, em entrevista ao jornal alemão Bild.

"O rali de hoje foi mais uma compra (de oportunidade) devido a condições de sobrevenda, mas essa situação, extremamente complicada, provavelmente não terá uma solução rápida. A Ucrânia dificilmente cederá (quanto) a reconhecer como russas a Crimeia e as regiões controladas pelos separatistas", observa em nota Edward Moya, analista de mercado financeiro da OANDA em Nova York.

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"Há muita preocupação ainda com a inflação global e, mesmo que haja avanço no sentido de solução diplomática para o conflito, nosso entendimento é de que as sanções continuem por tempo maior, até pelos problemas que a Rússia já causou. Assim, os preços de energia devem seguir mais altos, assim como os juros. Muita expectativa então para o que o Fed decidirá e sinalizará na próxima semana - e aqui, para o Copom", diz Rodrigo Santin, CIO da Legend, destacando a "impaciência do mercado" quanto a possibilidade de "leniência do Fed", traduzida no Fra de inflação implícita (2027-2031) para os Estados Unidos, apesar do ajuste visto hoje em função da queda do barril de petróleo.

Aqui, os juros futuros têm se mostrado voláteis, tamanho o grau de incerteza global visto nos últimos dias. "Há muito fluxo no momento para Brasil e isso causa efeito na percepção. Apesar da inclinação vista recentemente na curva, agora já há no mercado expectativa - de 40% - de que possa haver um corte de 25 pontos-base (na Selic) para outubro", acrescenta Santin.

Em Brasília, a possibilidade de russos e ucranianos se entenderem tirou parte da pressão por uma resposta ágil aos preços dos combustíveis - o Brent recuou hoje para a casa de US$ 105, na mínima do dia, após ter ficado bem perto de US$ 140 por barril na segunda-feira; na máxima de hoje, foi a US$ 131,64. Sem consenso sobre a adoção de subsídio temporário de três a seis meses, o governo decidiu aguardar os desdobramentos da guerra e colocar, no momento, as fichas na aprovação do projeto de lei complementar que isenta o diesel da cobrança do PIS/Cofins, dois tributos do governo federal, reportam os jornalistas Adriana Fernandes, Daniel Weterman e Eduardo Gayer, da sucursal de Brasília.

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reforçou a intenção de votar hoje os dois projetos relacionados ao preço dos combustíveis no plenário da Casa. O pacote inclui a criação de uma conta de estabilização dos preços e mudanças no modelo de cobrança do ICMS. De acordo com aliados, o presidente da Casa não garante a aprovação das propostas hoje. As medidas servirão para o Senado, "pelo menos, iniciar o debate", conforme interlocutores, reporta Daniel Weterman.

Em entrevista a jornalistas no Senado, Pacheco afirmou que os projetos contribuem para a solução desejada, ou seja, a redução dos preços ao consumidor final. A equipe econômica é contra a conta de estabilização e insiste no projeto do ICMS, proposta criticada por governadores.

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