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Ibovespa sobe 0,20%, a 103,7 mil pontos, apesar da reação ruim de NY ao Fed

O Ibovespa chegou a zerar perdas no meio da tarde durante entrevista ao vivo do próximo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews, sem tropeços que desagradassem ao mercado, que segue atento também, em especial, ao caminho que a PEC da Transição t

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 14.12.2022, 18:49:00 Editado em 14.12.2022, 18:55:47
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O Ibovespa chegou a zerar perdas no meio da tarde durante entrevista ao vivo do próximo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews, sem tropeços que desagradassem ao mercado, que segue atento também, em especial, ao caminho que a PEC da Transição terá na Câmara sob o presidente Arthur Lira (PP-AL), com sinais de que poderá ainda sofrer desidratação frente ao texto aprovado na semana passada pelo Senado. E resistiu depois à piora em Nova York, onde Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq oscilaram ao negativo, em queda além de 1% nas mínimas do dia, após indicação de que os juros permanecerão altos por mais tempo nos Estados Unidos.

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Ao fim, em tarde de grande volatilidade lá como aqui, a referência da B3 mostrava leve ganho de 0,20%, a 103.745,77 pontos, entre mínima de 101.631,98 pontos (-1,84%), menor nível intradia desde 28 de julho, e máxima de 104.515,83 pontos (+0,94%), em variação de quase 3 mil pontos entre os extremos da sessão. Em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro foi muito reforçado, a R$ 81,5 bilhões. Na semana, o índice de ações cede 3,51% e, no mês, cai 7,77%. Desde ontem em baixa no ano, o Ibovespa recua agora 1,03% em 2022.

Na agenda externa, o Federal Reserve, conforme esperado, diminuiu o ritmo de elevação da taxa de juros de referência, de 0,75 para 0,50 ponto porcentual na decisão de dezembro, nesta tarde. No entanto, a sinalização do BC americano de que os juros, por lá, ficarão em patamar alto por mais tempo do que se antecipava - ao menos até 2025 - fez os índices acionários oscilarem para o negativo em NY e os juros dos Treasuries acentuarem alta na sessão. Aqui, contudo, o Ibovespa manteve o mesmo grau de ajuste anterior à decisão do Fed, tendo mostrado desde mais cedo descolamento do sinal de Nova York, seja positivo ou não.

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"O Fed deixou claro que novas altas de juro serão necessárias para trazer a inflação para a meta. Dentro desse contexto, os índices de atividade econômica dos EUA devem continuar a apresentar desaceleração", nota Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. "No comunicado, destaque para mudanças nas projeções de diretores (do Fed), que passaram a apontar para patamar final no atual processo de elevação dos juros, a 5,1%, a ser seguido por gradual redução, para 4,1%, ao fim de 2024. Ou seja, cenário com uma ou duas altas nas próximas reuniões, a depender da magnitude", observa Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.

Até o sinal dado pelo Federal Reserve nesta tarde, o cenário que parecia prevalecer em Nova York era o do "buy the dip", favorável a compras de ações e exposição ao risco. "Qualquer boa notícia, por menor que fosse a variação favorável - como no caso da recente leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos -, era motivo para compras", diz Nicolas Merola, chefe de análise da Inv. Ele ressalta a percepção de que o momento do ciclo parecia estar se diferenciando por lá, enquanto, no Brasil, as preocupações sobre o fiscal e a gestão de estatais impõem pressão sobre a curva de juros e obscurecem a perspectiva para o próximo ano.

Aqui, como ontem, os investidores na B3 se mantiveram concentrados, também, nos rumores e nas deliberações de Brasília, atentos ao caminho que a PEC da Transição terá na Câmara. Líderes partidários foram nesta tarde à residência oficial do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a proposta. Como o Broadcast Político vem mostrando, deputados têm reclamado que não foram ouvidos no acordo fechado no Senado sobre o texto. A apreciação do chamado orçamento secreto, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem se mostrado um elemento complicador na equação.

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Hoje, a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo, disse que o relator-geral do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) é guardião dos "segredos de caixa-preta" do Orçamento. Rosa é relatora de quatro ações que contestam a constitucionalidade das emendas do relator, em julgamento agora na Corte.

Com a situação fiscal, e possível ingerência do futuro governo nas estatais a partir de 2023, ainda como fiéis da balança no apetite dos investidores por ativos de risco, as ações de Petrobras (ON -9,80%, PN -7,93%) pressionaram o Ibovespa desde cedo após aprovação, no fim da noite anterior, de mudança na Lei de Estatais interpretada como uma fresta aberta para acomodação de agentes e interesses políticos. Contudo, a virada observada, depois do meio da tarde, em siderurgia (CSN ON +3,46%, Usiminas PNA +5,50%) e especialmente nos grandes bancos, à exceção do estatal BB (ON -2,48%) e de Santander (Unit -0,31%), assegurou sinal positivo ao Ibovespa no fechamento, em dia de avanço também para Vale (ON +0,85%), favorecida pela alta do minério na China.

Na ponta do Ibovespa, destaque nesta quarta-feira para Méliuz (+7,02%), SLC Agrícola (+6,33%), Cielo (+6,26%), Usiminas (+5,50%) e Alpargatas (+5,38%). No lado oposto, as duas ações de Petrobras (ON -9,80%, PN -7,93%), à frente de Gol (-6,35%), Magazine Luiza (-6,07%) e São Martinho (-5,06%).

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