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Ibovespa se descola de Nova York e sobe 0,44%, aos 127,5 mil pontos

O Ibovespa conseguiu firmar sinal positivo no meio da tarde desta terça-feira, descolando-se de mais um dia ruim em Nova York em meio ao prosseguimento da pressão sobre os rendimentos dos Treasuries. O desempenho do setor de commodities, com o avanço no p

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 02.04.2024, 17:50:00 Editado em 02.04.2024, 17:56:10
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O Ibovespa conseguiu firmar sinal positivo no meio da tarde desta terça-feira, descolando-se de mais um dia ruim em Nova York em meio ao prosseguimento da pressão sobre os rendimentos dos Treasuries. O desempenho do setor de commodities, com o avanço no preço do minério na China e do petróleo em Londres e Nova York, levou o índice da B3 a tocar máxima da sessão a 127.654,04, e fechar com ganho de 0,44%, aos 127.548,52 pontos. Petrobras teve forte alta, de 2,72% (ON) e de 2,58% (PN), e Vale ON, de 1,18%.

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Outra empresa de peso no índice, Bradesco, também conferiu dinamismo ao Ibovespa à tarde, mas fechou em alta moderada, de 0,57% (PN) e de 0,56% (ON).

O giro subiu um pouco nesta terça-feira, a R$ 21,4 bilhões, após ter ficado abaixo de R$ 20 bilhões na segunda-feira. Nas duas primeiras sessões de abril, o Ibovespa ainda acumula perda de 0,44% e, no ano, cede 4,95%. "O dia foi muito puxado pelas 'large caps', as empresas de grande capitalização de mercado, em especial Vale e Petrobras, e não tão bom para as empresas menores, que têm refletido a cautela maior desde o exterior", diz Yan Vasconcellos, sócio da One Investimentos.

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Na ponta do índice na sessão, destaque para Lojas Renner (+3,80%), com recomendação de compra feita pelo Bank of America (BofA), à frente de Engie (+2,76%) e de Petrobras. Outra petroleira, 3R Petroleum (+0,73%), foi destaque positivo na maior parte da sessão, mas perdeu força rumo ao fechamento. Durante o pregão, a empresa atingiu seu maior patamar de mercado desde agosto, com a proposta que sinaliza avanço na combinação de negócios com a Enauta, anunciada no fim da noite da segunda, tendo a princípio agradado aos investidores.

No lado oposto da carteira nesta terça-feira, PetroRecôncavo (-9,02%), Azul (-2,85%) e Vamos (-2,66%). O descolamento de PetroRecôncavo decorreu de a 3R ter brecado as negociações sobre junção com a empresa, priorizando agora a proposta da Enauta para a combinação de negócios.

O Bank of América listou seis sinergias em potencial caso seja bem-sucedida a proposta de fusão entre Enauta e 3R Petroleum. Além disso, o banco reiterou a recomendação de compra para as duas empresas, destacando que a união entre essas 'junior oils' poderia criar uma nova petroleira com produção de mais de 120 mil barris de óleo equivalente por dia a médio prazo, em conjunto com uma reserva de 700 milhões de barris, conforme reportagem doBroadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Até o meio da tarde, o Ibovespa tendia a uma inclinação negativa moderada, acompanhando à distância perdas então acima de 1% para os três índices de referência em Nova York - no fechamento, destaque para a queda de 0,95% no Nasdaq e de 1,00% no Dow Jones. No exterior, o dia foi ainda marcado pelo avanço nos rendimentos dos Treasuries longos, após novos dados americanos terem mostrado desempenho acima do esperado, como na segunda, reforçando as dúvidas quanto ao início do ciclo de cortes de juros do Federal Reserve - que o mercado vinha precificando recentemente para junho.

As dúvidas foram reforçadas ainda no começo da tarde, pressionando em especial a ponta longa da curva de juros norte-americana, em razão de comentários da presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester. Ela chamou atenção para os dados de inflação do começo do ano, e apontou que o maior risco, no momento, seria relaxar a política monetária prematuramente.

"As commodities - de que o Brasil é um grande exportador - têm sido um fator-chave para o desempenho do Ibovespa, mas o aumento dos juros futuros, especialmente nos Estados Unidos, pode levar a uma fuga de capitais dos mercados emergentes, como o Brasil, para investimentos mais seguros em economias desenvolvidas - com efeitos para o câmbio e para as ações de empresas brasileiras", aponta Nilson Marcelo, analista quantitativo da CM Capital. "As expectativas em relação à política monetária americana estão em constante mudança, o que adiciona uma camada de incerteza ao mercado."

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"O Ibovespa conseguiu uma alta tímida hoje, muito por conta do peso que Vale e Petrobras têm no índice", diz Daniel Teles Barbosa, especialista da Valor Investimentos. "O índice operou no campo negativo a maior parte do dia, mas depois oscilou para cima, levemente, com Vale e Petrobras em linha com o desempenho positivo das commodities", observa Leticia Cosenza, sócia e especialista da Blue3 Investimentos, destacando também o noticiário corporativo, com efeito para ações como as de Lojas Renner e 3R Petroleum, componentes do Ibovespa.

"No macro, houve a intervenção do BC no câmbio, com recursos novos pela primeira vez em mais de um ano", acrescenta o analista.

Assim, a estabilização do câmbio em torno de R$ 5,05, em dia de injeção de recursos novos pelo BC via swap, também contribuiu para a leve retomada do Ibovespa na sessão.

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