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Ibovespa retoma sinal positivo, em alta de 0,26%, apesar da pressão no câmbio

Mesmo na contracorrente do câmbio e da correção no S&P 500 (-1,39%) e do Nasdaq (-2,77%) em Nova York, o Ibovespa retomou a trajetória positiva nesta quarta-feira após leve realização de lucros no dia anterior, quando interrompeu sequência de 11 ganhos. H

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 17.07.2024, 17:54:00 Editado em 17.07.2024, 17:59:58
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Mesmo na contracorrente do câmbio e da correção no S&P 500 (-1,39%) e do Nasdaq (-2,77%) em Nova York, o Ibovespa retomou a trajetória positiva nesta quarta-feira após leve realização de lucros no dia anterior, quando interrompeu sequência de 11 ganhos. Hoje, oscilou de 128.741,45 a 129.657,77 pontos, saindo de abertura aos 129.111,70. Ao fim, mostrava alta de 0,26%, aos 129.450,32 pontos, com giro a R$ 35,4 bilhões, em dia de vencimento de opções sobre o índice. Na semana, o Ibovespa sobe 0,43% e, no mês, ganha 4,47%, limitando a perda do ano a 3,53%.

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No exterior, desde cedo, a quarta-feira foi pautada pela provável intervenção do BC japonês sobre o mercado de câmbio, para defender o iene. A turbulência afetou em especial o desempenho de commodities metálicas, como o minério de ferro e o cobre, e de moedas de emergentes. Em Dalian (China), o minério encerrou em baixa de 2,66%, mas o petróleo subiu 1,61% (Brent), em Londres, em sessão de baixa do dólar frente à cesta de moedas do índice DXY, que reúne referências como euro, iene e libra.

"Um ponto mais específico na relação dólar-real é que o segundo semestre é reconhecido pela sazonalidade, em que o número de remessas para fora do País é maior. Com o dólar saindo de R$ 5,70 na máxima recente para R$ 5,40 - onde acreditamos ser o piso que o mercado está trabalhando para a moeda -, aumenta a demanda por remessas, para aproveitar esse nível relativamente mais baixo do dólar", diz Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. Nesta quarta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, a R$ 5,4838.

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Na B3, apesar da pressão no câmbio, o dia foi de ganhos bem distribuídos pelas ações de maior peso e liquidez, à exceção de Vale (ON -0,93%), que sentiu o ajuste dos preços do minério na sessão. Em nota, a Guide Investimentos aponta, como fundamento para a variação nos preços do metal, "o aumento da oferta da commodity pelas maiores mineradoras do mundo, mesmo com a China, principal consumidora do insumo, enfrentando uma crise imobiliária que afeta a demanda".

No relatório trimestral de produção e vendas, divulgado na noite de ontem, a Vale mostrou forte patamar de produção (80,6 milhões de toneladas) e de vendas (79,8 Mt). Mas, com embarques de produtos de menor qualidade e a pressão dos preços do minério, os preços realizados de finos e os prêmios all-in recuaram entre abril e junho, reportam os jornalistas Juliana Garçon e Jorge Barbosa, do Broadcast.

No relatório de ontem, "o preço médio de negociação da tonelada de minério ficou abaixo do esperado, com o mercado esperando US$ 103 e a Vale reportando US$ 98 por tonelada. Agora, aguardamos os resultados para analisar a margem Ebitda da companhia", observa Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital.

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Se por um lado os preços do minério na China e em Cingapura mantiveram trajetória descendente nesta quarta-feira, por outro o petróleo se estabilizou após três dias de queda, com novo declínio nos estoques do produto nos Estados Unidos, o que "ameniza as preocupações com a fraca demanda na China", acrescenta a Guide.

Assim, em Nova York, o barril da referência americana, o WTI, andou ainda mais do que o global Brent na sessão, em alta de 2,17% no fechamento desta quarta-feira na Nymex. Os estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram queda de 4,87 milhões de barris, a 440,226 milhões, na semana passada, de acordo com dados divulgados hoje pelo Departamento de Energia. O resultado surpreendeu analistas consultados por The Wall Street Journal, que previam estabilidade na semana.

Dessa forma, com apoio dos preços da commodity, Petrobras ON e PN fecharam, respectivamente, em alta de 0,73% e 0,52%. Apesar do ajuste em Vale, a sessão foi em geral positiva para o setor metálico, com destaque para Usiminas (PNA +5,04%, na máxima do dia no fechamento) e CSN (ON +0,61%). As ações de grandes bancos também foram bem nesta quarta-feira, com Itaú (PN +1,09%), Santander (Unit +1,01%) e Banco do Brasil (ON +1,00%) pouco atrás de Bradesco (ON +1,21%, PN +1,19%, ambas na máxima do dia no encerramento).

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Na ponta ganhadora do Ibovespa, além de Usiminas, destaque para Ultrapar (+2,97%), Cemig (+2,85%) e Raízen (+2,58%). No lado oposto, CVC (-5,77%), Assai (-3,24%) e Hapvida (-2,40%).

"A ação da Usiminas foi beneficiada, na sessão, pela divulgação de aumento da participação da BlackRock, que passou a deter participação superior a 5% na companhia", diz Felipe Castro, sócio da Matriz Capital. No quadro mais amplo, para além de boas notícias pontuais em relação a ativos da Bolsa, o cenário permanece desafiador, acrescenta Castro. "Não só a moeda americana subiu hoje, mas também os juros futuros, com abertura da curva, na medida em que o mercado acredita que será necessário um prêmio maior para investir no País no futuro, com a atual trajetória de gastos do governo", acrescenta.

Apesar dos desafios que ainda pendem sobre o cenário doméstico, a perspectiva externa, fortalecida pela expectativa para o início do corte de juros nos Estados Unidos em setembro, tem contribuído para a recuperação do Ibovespa nos últimos 30 dias, observa Charo Alves, especialista da Valor Investimentos. Nesse intervalo, correspondente a um mês, o Ibovespa acumula ganho de 8,66% - e, em 12 meses ou um ano, a alta chega a 9,50%.

"Após o mercado ter buscado o fundo gráfico em meados de junho, com o Ibovespa então em queda de mais de 10% em 2024, o Ibovespa vem em recuperação, ainda muito descontado em termos de valuation", acrescenta Alves, destacando também o positivo ajuste de tom, recentemente, por autoridades do governo em relação ao fiscal.

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