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Ibovespa retoma os 127 mil pontos e tem maior ganho mensal em três anos

Em desempenho muito consistente ao longo de novembro, o Ibovespa fechou o mês com ganho de 12,54% no intervalo, o maior avanço do índice desde o salto de 15,90% em novembro de 2020, quando a B3 ainda refletia os avanços e recuos extremos do auge da pandem

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 30.11.2023, 18:43:00 Editado em 30.11.2023, 18:46:53
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Em desempenho muito consistente ao longo de novembro, o Ibovespa fechou o mês com ganho de 12,54% no intervalo, o maior avanço do índice desde o salto de 15,90% em novembro de 2020, quando a B3 ainda refletia os avanços e recuos extremos do auge da pandemia de covid-19. Três anos depois, o índice da B3 registrou em novembro de 2023 apenas seis perdas - a pior delas, no dia 24, de 0,84% - em 20 sessões, uma retomada que alçou o Ibovespa aos maiores níveis desde julho de 2021.

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No fechamento desta quinta-feira, aos 127.331,12 pontos, em alta de 0,92% na sessão, atingiu o maior nível de encerramento desde 15 de julho daquele ano (127.467,88). Hoje, oscilou dos 126.168,35, mínima da abertura, até os 127.398,69 pontos, na máxima da sessão, em alta de 0,98%. Na semana, o Ibovespa sobe 1,45% e, no ano, 16,04%. Reforçado, o giro desta quinta-feira foi a R$ 33,8 bilhões, como há muito tempo não se via em uma sessão sem vencimento de opções sobre o índice.

"O avanço do Ibovespa nesta última sessão do mês foi puxado por boas leituras sobre a taxa de desemprego, no Brasil, e de inflação, nos Estados Unidos, pelo PCE em outubro, que mostrou o melhor desempenho no acumulado em 12 meses desde março de 2021. O comportamento da inflação nos EUA ajuda o mercado a manter o cenário de manutenção dos juros de referência do Federal Reserve por mais três ou quatro reuniões até que se iniciem os cortes por lá, o que favorece o fluxo de ingresso de recursos para emergentes como o Brasil", diz André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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Por sua vez, no Brasil, a taxa de desemprego no trimestre até outubro de 2023 ficou em 7,6%, em queda de 0,7 pontos porcentuais ante o mesmo período do ano passado e de 0,1 ponto porcentual em comparação ao mês precedente, observa o economista Rafael Perez, da Suno Research. "O dado veio em linha com o esperado, e mostra um mercado de trabalho resiliente e aquecido", acrescenta. A leitura de outubro foi a menor para a taxa de desemprego desde fevereiro de 2015, então a 7,5%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

Do meio para o fim da tarde, declarações consideradas 'dovish' do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, tiveram efeito sobre a curva de juros doméstica, contribuindo para que o Ibovespa mostrasse ganhos próximos a 1%, no pico da sessão. Ele disse que a autoridade monetária está confortável com o ritmo de cortes de 50 pontos-base na taxa Selic, e que se chegou a um ponto do ciclo de afrouxamento em condições de observar a evolução do cenário.

Nesse contexto de recuperação do apetite por ativos de risco, movido por fatores internos e externos, o avanço de mais de 12% acumulado pelo Ibovespa em novembro sucedeu perda de 2,94% em outubro e leve alta de 0,71% em setembro, que havia se intercalado à queda de 5,09% em agosto. A retomada da trajetória positiva em novembro fica bem evidente quando comparada ao desempenho, no ano, acumulado até outubro (alta de 3,11%) e até agosto, quando registrou apenas cinco altas em 23 sessões (ganho de 5,47%) - os dois meses mais recentes de ajuste negativo.

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Em outubro, com o dólar a R$ 5,04 no fechamento da última sessão do mês, o Ibovespa, na moeda americana, foi a 22.442,90 pontos, abaixo dos níveis registrados nos dois meses anteriores. Em outubro, o dólar teve variação contida em relação ao real, em alta de 0,29% no intervalo. Por sua vez, em novembro, a moeda americana acumulou perda de 2,50% frente ao real, encerrando o mês a R$ 4,9152.

Assim, em dólar, o Ibovespa encerrou novembro a 25.905,58 pontos, superando o ponto mais alto do ano, no fim de julho, então aos 25.783,48 pontos, e também o ponto mais forte, em junho de 2021 (25.496,99), do período de recuperação iniciado em março daquele ano, ainda no contexto da pandemia. No encerramento de maio de 2021, na então marca nominal recorde de 126.215,73 pontos, em dólar o Ibovespa estava em 24.156,58 pontos. E em novembro de 2020, quando o índice nominal avançou 15,90%, na moeda americana apontava 20.368,35 pontos.

Com isso, em dólar, o Ibovespa se reaproxima agora do nível em que se encontrava em janeiro de 2020, aos 26.548,55 pontos no fim daquele mês, quando a covid-19 ainda se insinuava como um fator de preocupação global, mas já contribuía para que o dólar atingisse então "nova máxima histórica", a R$ 4,2850 - com Ibovespa a 113.760,57 naquele fechamento.

Entre os componentes da carteira Ibovespa, destaque nesta última sessão do mês para Cielo (+7,77%), Magazine Luiza (+7,45%) e Embraer (+5,44%), com Marfrig (-6,54%), Braskem (-6,45%) e Klabin (-3,67%) na ponta oposta nesta quinta-feira. Entre as ações de maior peso no índice, o desempenho foi majoritariamente positivo na sessão, com Petrobras em alta de 0,94% (ON) e de 1,93% (PN), e Vale ON, de 0,54%. Os ganhos foram bons também entre os grandes bancos na sessão, com BB (ON +2,92%) e Itaú (PN +1,54%) à frente.

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