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Ibovespa resiste à correção global e fecha sessão perto da estabilidade

Mesmo com forte pressão em Vale (ON -3,62%) e Petrobras (ON -3,53%, PN -3,23%), o Ibovespa escapou nesta quinta-feira, 3, relativamente ileso dos efeitos secundários do Dia da Libertação, o tarifaço concretizado no fim da tarde da quarta-feira pelo presid

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 03.04.2025, 17:48:00 Editado em 03.04.2025, 17:56:49
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Mesmo com forte pressão em Vale (ON -3,62%) e Petrobras (ON -3,53%, PN -3,23%), o Ibovespa escapou nesta quinta-feira, 3, relativamente ileso dos efeitos secundários do Dia da Libertação, o tarifaço concretizado no fim da tarde da quarta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - e que teria saído barato a princípio para o Brasil, tributado com a tarifa mínima prevista, de 10%, em vigor a partir deste sábado, 5. Após a "Libertação" protecionista, boa parte dos mercados globais passou por acentuada correção nesta quinta-feira, com destaque para o mergulho de 5,97% do índice de tecnologia de Nova York, o Nasdaq. Dow Jones cedeu 3,98% e S&P 500 caiu 4,84%.

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Aqui no Brasil, o índice da B3 fechou pouco abaixo da estabilidade (-0,04%), aos 131.140,65 pontos, com giro a R$ 28,2 bilhões na sessão. Nesta quinta, oscilou entre mínima de 130.181,74 e máxima de 132.552,11 pontos, saindo de abertura aos 131.185,39 pontos.

Na semana, ainda cai 0,58%, mas acumula ganho de 0,68% no agregado das três primeiras sessões do mês. No ano, sobe 9,03%.

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O dia seguinte ao tarifaço norte-americano foi de recuo limitado para os preços do minério de ferro na China, e de queda livre para o petróleo em Londres e Nova York, com perdas superiores a 6% no fechamento do Brent e do WTI. Apesar do desempenho negativo das gigantes das commodities - Vale e Petrobras -, o dia foi de avanço para as ações de grandes bancos, em faixa acima de 1% para Itaú (PN +1,78%), Bradesco (ON +1,88%, PN +1,92%) e Santander (Unit +1,40%). Na ponta ganhadora, Auren (+7,58%), Magazine Luiza (+5,45%) e Iguatemi (+5,12%). No lado oposto, Brava (-7,18%), Prio (-6,95%) e São Martinho (-5,79%).

Em geral, na sessão desta quinta, a queda dos juros futuros impulsionou empresas do setor de educação, como Yduqs (+3,78%), e favoreceu papéis do setor de consumo, varejo e construção, como Lojas Renner (+2,24%), Assai (+4,58%), Cyrela (+4,39%) e Magazine Luiza, destaca Alison Correia, analista da Dom Investimentos.

"Aguardada há tanto tempo, a quarta-feira, 2 de abril, foi ainda digerida nesta quinta-feira, com a visão pouco sofisticada do governo Trump sobre o comércio exterior e a economia doméstica, que gerou toda essa volatilidade ruim e trouxe estresse, hoje. Já se começa a precificar, inclusive, o risco de estagflação, com muitos ruídos no cenário", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, acrescentando que o Brasil foi incluído no grupo dos parceiros menos punidos, na medida em que os Estados Unidos possuem superávit com o país.

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"Brasil pode se valer de seu potencial para servir de suporte para players globais que se sentirem atingidos por Trump e venham a buscar alternativas", diz o analista, acrescentando em especial as relações com a Ásia. "Brasil foi visto como um beneficiário, em termos relativos, mas isso não chega a ser necessariamente bom", ressalta Spiess, ao mencionar o pano de fundo global conturbado pelo protecionismo americano, com possibilidade de desaceleração do ritmo de atividade e ajuste negativo nos preços de commodities importantes para a Bolsa brasileira. Há também cautela quanto ao efeito do protecionismo sobre a inflação dos Estados Unidos, no momento em que o mercado aguarda até três cortes de juros por lá em 2025.

Aqui, em um primeiro momento, o dia seguinte ao tarifaço norte-americano foi de "queima" de prêmios na curva de juros doméstica e de forte apreciação do real frente ao dólar, que cedeu nesta quinta 1,20%, a R$ 5,6281, com o descolamento dos ativos do Brasil do mau humor externo.

Para Oliver Blackbourn, gerente de portfólio na Janus Henderson, considerando o quadro global mais amplo, a "realidade foi ainda pior" do que se antecipava para o Dia da Libertação. "As tarifas ficaram mais altas que o esperado para parceiros comerciais importantes, com as potências exportadoras asiáticas sofrendo o impacto mais severo", destaca em nota. "Em um golpe contra os que esperavam negociações para reduzir as alíquotas aplicadas, os prazos estabelecidos para implementação são muito curtos, deixando pouco espaço para acordos específicos serem negociados", acrescenta o gestor.

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