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Ibovespa reage e sobe 0,92%, aos 124,7 mil pontos, apesar do câmbio

Em dia de questionamento sobre a efetividade das intervenções do BC no câmbio, e de críticas do PT à ata do Copom - qualificada por Gleisi Hoffmann como "carta de sequestro da política econômica do governo" -, o Ibovespa, muito descontado, sobrevivia desd

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 17.12.2024, 18:35:00 Editado em 17.12.2024, 18:39:28
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Em dia de questionamento sobre a efetividade das intervenções do BC no câmbio, e de críticas do PT à ata do Copom - qualificada por Gleisi Hoffmann como "carta de sequestro da política econômica do governo" -, o Ibovespa, muito descontado, sobrevivia desde cedo ao dólar recorde a R$ 6,20 e ao prosseguimento da pressão na curva de juros.

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Ambos os movimentos - no câmbio como na curva de juros - chegaram a ser revertidos por boas notícias trazidas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que prometeu, no meio da tarde, votar ainda hoje projetos relacionados à regulamentação da tributária e ao pacote fiscal - e que, amanhã, será a vez de votar outros dois projetos (PEC e PL) dos cortes de gastos.

Assim, o índice da B3 testou a linha dos 125 mil pontos na máxima da sessão, aos 125.301,37, em alta então de 1,41%, e fechou um pouco mais acomodado, ainda mostrando ganho de 0,92%, aos 124.698,04 pontos, tendo saído de mínima na abertura a 123.560,06. O giro financeiro foi a R$ 30,3 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa ensaia ganho de 0,07%, cedendo 0,77% no mês e 7,07% no ano. O dólar, que tocou mínima a R$ 6,0581 com as declarações de Lira, não sustentou o movimento e fechou ainda em alta, de 0,04%, a R$ 6,0961, mas distante do pico.

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"O BC voltou a intervir hoje, com leilão de dólar, e a Câmara pautou votações da tributária e do pacote ainda para esta terça-feira. Veio um pouco de melhora nos ativos domésticos, com o dólar também se afastando das máximas e alguma realização na ponta longa da curva de juros. Houve um suspiro ao longo da tarde, com a equipe econômica indo ao campo de batalha Congresso para tentar segurar a desidratação do pacote fiscal. Aparentemente, a Câmara atendeu o pedido e está tentando dar mais celeridade", diz Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos. "BC tem usado as armas que pode para tentar, minimamente, diminuir a volatilidade", acrescenta.

"O Banco Central ofertou novos lotes para tentar acalmar o mercado de câmbio, que tem renovado máximas históricas para o dólar frente ao real. Deu uma acalmada, e a Bolsa reagiu, em especial, ao anúncio de que a votação do pacote na Câmara começará ainda hoje. Há ainda muita tensão com o fiscal", diz Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos.

Na B3, as principais ações de commodities (Vale ON +0,50%; Petrobras ON +1,55%, PN +0,95%) e as de grandes bancos (Itaú PN +0,54%; Santander Unit +2,76%; Bradesco PN +0,76%) deram suporte ao índice, em sessão positiva também para alguns nomes do setor metálico (Gerdau PN +1,24%) e para as Utilities (Eletrobras ON +0,40%, PNB +1,38%). Na ponta ganhadora da sessão, destaque pelo segundo dia para a estreante Automob (+6,38%), à frente hoje de Yduqs (+4,05%) e de Alpargatas (+3,88%). No lado oposto, Hapvida (-11,28%), Pão de Açúcar (-8,39%) e Marfrig (-8,36%).

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No meio da tarde, Lira confirmou que a Câmara votará hoje em plenário o projeto de lei complementar (PLP) que estabelece gatilhos para o arcabouço fiscal e prevê o bloqueio de emendas. O Broadcast apurou que o parecer elaborado pelo relator, deputado Átila Lira (PP-PI), caminha nos moldes antecipados na última quinta-feira, 12, pela reportagem. O parlamentar deve retirar o trecho que limita a utilização de créditos para compensação de débitos de tributos ou contribuições no caso de resultado fiscal negativo nas contas públicas, reportam de Brasília os jornalistas Giordanna Neves, Sofia Aguiar e Victor Ohana, do Broadcast.

Apesar da melhora pontual vista nos ativos em parte da tarde, "o mercado continua bem estressado", com alguma recuperação da Bolsa que operou sem correlação com o câmbio e os juros na sessão, ainda pressionados, aponta Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos. "Houve um 'sell-off' onda de vendas, liquidação na Bolsa, com mercado já precificando Selic acima de 15%, em meio à rápida deterioração das expectativas. E agora vem um movimento no sentido de defesa dos portfólios: os investidores começam a ficar mais defensivos", acrescenta o analista, observando que tal reação ocorre a contrapelo do prosseguimento do estresse nos juros futuros, que seguem em alta tanto por fatores macro como técnicos.

Pela manhã, a ata do Copom veio dentro do que o mercado esperava, diz Vitor Agnelo, analista da CM Capital. A melhora no câmbio, por sua vez, contribuiu para que o Ibovespa ampliasse ganhos, com a contribuição de ações que mudaram de sinal, dando fôlego extra ao trabalho de sustentação do índice promovido desde mais cedo por Vale e Petrobras - que respondem por quase 25% do índice, observa Agnelo.

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