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Ibovespa perde força no fim c/piora em NY, mas sobe 0,31%, perto dos 110 mil

O Ibovespa emendou segundo dia de ganhos e retomou o nível de 110 mil pontos durante a sessão, mas, como ontem, perdeu força em direção ao fim, sem conseguir sustentá-lo no fechamento. A virada no câmbio à tarde contribuiu para que o índice da B3 mudasse

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 16.02.2023, 18:40:00 Editado em 16.02.2023, 18:47:01
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O Ibovespa emendou segundo dia de ganhos e retomou o nível de 110 mil pontos durante a sessão, mas, como ontem, perdeu força em direção ao fim, sem conseguir sustentá-lo no fechamento. A virada no câmbio à tarde contribuiu para que o índice da B3 mudasse de sinal, na contramão do dia negativo em Nova York. No fechamento, a referência mostrava leve alta de 0,31%, aos 109.941,46 pontos, com os três índices de Nova York acentuando perdas no encerramento, acima de 1% na sessão.

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Hoje, o Ibovespa oscilou entre mínima de 108.377,51 e máxima de 110.436,98 (+0,76%), saindo de abertura aos 109.599,20 pontos. Na semana, o Ibovespa acumula ganho de 1,72%, cedendo ainda 3,08% no mês, mas passando ao positivo, ainda que levemente, no ano (+0,19%). Após ter sido reforçado ontem pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro de hoje ficou em R$ 24,9 bilhões.

"Mais cedo, o Ibovespa acompanhava Nova York, onde os índices de ações refletiram a leitura da inflação ao produtor nos Estados Unidos e declarações de autoridade do Fed sobre os juros americanos. À tarde, veio melhora no câmbio, e o alinhamento de Petrobras, Vale e bancos, no positivo, deu suporte ao índice da B3", diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

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No fechamento, contudo, acompanhando a piora no fim do dia em Nova York, Petrobras ON (-0,10%) e PN (+0,41%) não mostravam sinal único, enquanto Vale limitava o ganho do dia a 0,21% (ON). Destaque no fechamento ainda para os grandes bancos, com ganhos até 1,89% (Bradesco PN) no encerramento da sessão, embora também moderados em relação aos vistos mais cedo. Na ponta do Ibovespa, CVC (+7,23%), Hapvida (+4,06%) e Petz (+3,69%), com Minerva (-5,72%), Azul (-4,52%) e Cyrela (-4,33%) no lado oposto.

Lá fora, a expectativa do mercado de que o Federal Reserve eleve os juros de referência em 50 pontos-base na próxima reunião, em março, aumentou de 12,2%, ontem, aproximando-se hoje de 20%, por volta do meio-dia, com perspectiva de mais aperto monetário a partir de comentários da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester.

Hoje, Mester defendeu que os juros nos EUA subam acima de 5% e fiquem nessa faixa por "um tempo". De acordo com a ferramenta do CME, o mercado estima probabilidade de 67,4% de que os juros cheguem ao fim de 2023 neste patamar. Os comentários vieram depois dos resultados do índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, acima do esperado pelo mercado.

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Mester afirmou também que ainda é muito cedo para definir a dimensão do aumento de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), em março. Assim, de olho nos sinais sobre a orientação da política monetária, os principais índices de ações em Nova York encerraram o dia com perdas entre 1,26% (Dow Jones) e 1,78% (Nasdaq), agora sem sinal único no acumulado da semana (DJ -0,51%; S&P 500, sem variação; Nasdaq +1,18%).

"A sessão foi volátil por conta deste PPI mais alto, indicando que o Fed pode vir mais 'hawkish', mantendo os juros em nível elevado por prazo prolongado. Já se fala agora em juros acima de 5% por lá, o que penaliza os ativos de risco, como as ações", diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3.

Em outro desdobramento do dia, o presidente do Fed em St. Louis, James Bullard, afirmou que não descarta apoiar um aumento de juros em 50 pontos-base na reunião de março. Bullard defende elevar os juros para 5,375% o mais rápido possível e revelou que também apoiou aumento de 50 pontos-base na última reunião, assim como Loretta Mester. Ambos, contudo, não têm no momento direito a voto no FOMC.

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No quadro doméstico, por outro lado, a antecipação de trechos da entrevista do presidente Lula à CNN e a rápida reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), a primeira de Roberto Campos Neto (BC) com os novos ministros da Fazenda (Fernando Haddad) e do Planejamento (Simone Tebet), contribuíram para a percepção de que o pior momento da fervura em torno do nível da Selic e das metas de inflação possa ter ficado para trás.

Embora seja "um pouco cedo" para dizer que a questão tenha sido superada, o mercado começa a se ajustar à perspectiva de uma "meta (de inflação) mais condizível com o cenário", observa Harada, da Blackbird Investimentos, o que ficou claro, ontem, nos comentários de gestores de referência, como Rogério Xavier (SPX), Luis Stuhlberger (Verde) e André Jakurski (JGP).

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