O Ibovespa emendou a quarta queda consecutiva nesta sexta-feira, 8, em um movimento de ajuste à aversão global ao risco deflagrada na quinta-feira, 7, quando a B3 ficou fechada devido ao feriado da Independência. Com a fraqueza da economia da China e a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos no radar, o índice fechou em queda de 0,58%, aos 115.313,40 pontos - menor nível desde 21 de agosto (114.429,35 pontos).
A referência da B3 passou toda a sessão em baixa, entre a máxima, de 115.979,43 pontos (-0,01%) - alcançada ainda na abertura, às 10h01 -, e a mínima, de 114.838,85 pontos (-0,99%). Devido ao feriado da véspera, a liquidez foi limitada, com giro financeiro de R$ 16,4 bilhões, menor do que nas últimas sextas-feiras. Segundo analistas, esse fator também contribuiu para a queda do índice, que, na semana, perdeu 2,19%.
Temores em relação à economia da China puxaram o recuo do Ibovespa nesta sessão, após a forte queda interanual das exportações e importações do país asiático divulgada na véspera - de 8,8% e 7,3%, respectivamente. Como reflexo, o índice de materiais básicos (IMAT) cedeu 1,37%, com a maior queda setorial. Vale ON (-1,90%) teve a maior pressão de baixa sobre o índice, em meio à desvalorização do minério de ferro (-2,07% em Dalian).
"A China está em um processo de desaceleração e, apesar das medidas econômicas, há muito ceticismo em relação à economia chinesa", diz a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. "Isso acaba impactando negativamente a Vale, que também acompanhou o minério de ferro."
Petrobras ON (-0,78%) e PN (-0,36%) também foram destaques negativos da sessão, contrariando os ganhos do petróleo Brent (0,81%) e WTI (0,73%) e de pares como Prio ON (1,50%). Segundo Abdelmalack, a baixa nos papéis da empresa reflete a incerteza sobre a dinâmica dos preços domésticos de combustíveis, após a empresa ter alterado no início do ano a sua política de preços.
O operador de renda variável da Manchester Investimentos Gabriel Mota afirma que a sessão desta sexta-feira foi marcada por uma correção defasada da Bolsa à aversão global ao risco observada na véspera. O profissional destaca que, além dos dados sobre a China, números de emprego dos Estados Unidos divulgados na quinta-feira mostraram um mercado de trabalho ainda forte, que pode sugerir manutenção dos juros altos no país.
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