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Ibovespa interrompe série negativa e sobe 0,54%, a 118,8 mil pontos

A virada em Nova York e o forte desempenho de Petrobras - com ambas as ações (ON e PN) em alta na casa de 5% no fechamento, após o encaminhamento da transmissão de comando na estatal - permitiram que o Ibovespa interrompesse sequência de três perdas. Nest

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.04.2022, 17:40:00 Editado em 07.04.2022, 17:47:51
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A virada em Nova York e o forte desempenho de Petrobras - com ambas as ações (ON e PN) em alta na casa de 5% no fechamento, após o encaminhamento da transmissão de comando na estatal - permitiram que o Ibovespa interrompesse sequência de três perdas. Nesta quinta-feira, a referência da B3 encerrou o dia em alta de 0,54%, a 118.862,12 pontos, entre mínima de 117.508,58 e máxima de 119.247,25, saindo de abertura aos 118.226,04 pontos. Moderado, o giro foi de R$ 27,3 bilhões na sessão. Na semana, o índice acumula perda de 2,23% e, no mês, de 0,95% - no ano sobe 13,39%.

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Em movimento que se estendia com a ata "hawkish" do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), dólar e Ibovespa pareciam retomar a correlação dos tempos difíceis, com o primeiro em alta e o segundo em baixa em boa parte da sessão, embora em movimento mais contido na Bolsa do que no câmbio, desde a quarta-feira. O dólar à vista voltou a subir nesta quinta-feira, mas limitou o avanço ao longo da tarde, após tocar máxima do dia a R$ 4,7728 - ao fim, mostrava ganho moderado, de 0,56%, a R$ 4,7409.

Nesta quinta, declarações fortes do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, contribuíram para reforçar o recado "hawkish" da ata, indo além: ele disse que gostaria de ver a taxa de juros de referência nos EUA acima de 3% no segundo semestre. Atento à mensagem, o mercado voltou a buscar dólar, resultando também em fortalecimento da moeda americana frente a divisas emergentes pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

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O sentimento de cautela e a aversão a risco continuam a ser condicionados pelo "receio de que os altos preços não sejam controlados a tempo pelo Fed, e os altos juros acabem por desaquecer a economia americana a ponto de uma recessão adiante", aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos. "Os impactos do documento (ata do Fed) foram sentidos no mundo todo, inclusive no Brasil, onde vimos o dólar ganhar força e retomar o patamar de R$ 4,70 e as ações, especialmente nos setores de consumo e tecnologia, sofrerem na bolsa", acrescenta.

Para Pam Semezzato, analista gráfica da Clear Corretora, o avanço do dólar, visto na quarta e estendido nesta quinta, é um "movimento de repique dentro da tendência de baixa", com a moeda americana se aproximando de "uma resistência, não muito forte, em R$ 4,770". Quanto ao Ibovespa, a analista observa que o índice "perdeu um pouco a força na queda", mas ainda é cedo para falar em retomada da tendência de alta - embora permaneça acima do suporte de 115 mil pontos, "sem continuidade muito forte na queda", acrescenta Semezzato.

Outro aspecto-chave para a dinâmica recente da Bolsa, o preço do petróleo voltou a ceder terreno nesta quinta-feira, embora de forma discreta ante o que se observou mais cedo, com o Brent a US$ 100 e o WTI a US$ 96 por barril no fim do dia, tendo ambas as referências sido negociadas abaixo dos três dígitos durante a sessão.

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A Agência Internacional de Energia (AIE) confirmou nesta quinta, em comunicado, que os países associados à organização vão liberar mais 120 milhões de barris de petróleo pelos próximos seis meses, ao detalhar decisão inicialmente revelada na semana passada. Somando-se a um compromisso anterior já assumido, a AIE liberará no total 240 milhões de barris de petróleo de reservas estratégicas ao longo desses seis meses, em esforço conjunto para tentar conter a escalada de preços decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Na semana passada, os Estados Unidos já haviam se comprometido a lançar 180 milhões de barris, em uma média de 1 milhão de barris por dia (bpd). Nesta quinta, Washington informou que, do total já anunciado, vai liberar 60 milhões de barris no âmbito do acordo da AIE, com os outros 60 milhões vindos dos demais membros.

Também nesta quinta-feira, o Congresso dos Estados Unidos votou para banir as importações de petróleo da Rússia, depois de ter aprovado a suspensão do status comercial de nação mais favorecida. O projeto de lei será encaminhado ao presidente Joe Biden para que seja assinado e entre em vigor.

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Na ponta do Ibovespa nesta quinta-feira, logo à frente de Petrobras ON (+5,01%) e PN (+5,19%), destaque também para Braskem (+6,96%). No lado oposto, IRB (-3,54%), Hapvida (-3,23%), MRV (-2,82%). Entre as blue chips, além de Petrobras, Vale ON também ajudou o movimento de recuperação, limitado ao fim, em alta moderada a 0,60% no fechamento, com os grandes bancos também ao positivo (Unit do Santander +3,52%, na máxima do dia no encerramento), à exceção de Itaú PN (-0,07%).

O Bank of America (BofA) elevou projeção para o Ibovespa no fim de 2022, de 125 mil para 135 mil pontos, em razão dos preços de commodities no mercado internacional. Em relatório, o banco reforça a visão de desempenho acima da média do mercado no Brasil (overweight) este ano. "À frente, nossos analistas estão positivos com petróleo, minério de ferro e celulose, que são os principais vetores do Ibovespa", escrevem os analistas do BofA David Beker, Paula Andrea Soto e Carlos Peyrelongue.

Na agenda de sexta-feira, destaque para o IPCA de março. "A inflação de dois dígitos deve continuar a assombrar a economia brasileira por um longo tempo. Há poucas esperanças de que (na sexta) o índice fique abaixo de 10%, se não muito perto desse nível (em 12 meses). A prévia foi desanimadora: o IPCA-15 apontou alta de 0,95% no mês, e o acumulado de 12 meses alcançou 10,79%. Esses números revelam que o Brasil convive há 7 meses com índice de dois dígitos no período de 12 meses", diz Fabio Astrauskas, professor do Insper e CEO da Siegen Consultoria.

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