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Ibovespa interrompe série negativa com leve alta de 0,12%, aos 114,3 mil

Com o real muito pressionado na sessão, em que o dólar à vista tocou, na máxima do dia, a marca de R$ 5,0795, o Ibovespa mostrou resiliência até o início da tarde, mas chegou a sucumbir, depois das 14h, à piora também em Nova York. Em direção ao fechament

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 27.09.2023, 17:51:00 Editado em 27.09.2023, 17:55:49
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Com o real muito pressionado na sessão, em que o dólar à vista tocou, na máxima do dia, a marca de R$ 5,0795, o Ibovespa mostrou resiliência até o início da tarde, mas chegou a sucumbir, depois das 14h, à piora também em Nova York. Em direção ao fechamento, contudo, os três principais índices de NY viraram para o positivo, o que contribuiu para que o Ibovespa retornasse à marca d'água, não tão distante da estabilidade no encerramento do dia, e com sinal positivo no ajuste final.

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Na B3, o índice de referência fechou em leve alta de 0,12%, aos 114.327,05 pontos, a meio caminho entre a mínima (113.365,75) e a máxima (115.340,41) do dia, saindo de abertura aos 114.193,51 pontos. Na semana, o Ibovespa cai 1,45% e, no mês, cede 1,22%. No ano, limita a alta a 4,19%. O giro financeiro desta quarta-feira se manteve a R$ 22,8 bilhões, semelhante ao da sessão anterior. E, com o fechamento levemente positivo, o Ibovespa interrompe sequência de quatro perdas, que o havia colocado ontem no menor nível de encerramento desde 5 de junho.

O bom desempenho das ações de commodities, em especial de Petrobras (ON +3,71%, PN +3,17%, ambas nas máximas da sessão no fechamento), contribuía desde cedo para o leve viés positivo do Ibovespa nesta quarta-feira, em dia amplamente favorável ao petróleo, em alta de 3,64% para o WTI e de 2,09% para o Brent, que coloca a referência global acima de US$ 96 por barril, em Londres. A disparada do petróleo na sessão, com a referência americana, o WTI, atingindo o maior nível desde agosto de 2022, a US$ 93,68, decorreu de queda na leitura semanal sobre os estoques nos Estados Unidos, em um contexto de oferta restrita no momento.

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Além do forte desempenho de Petrobras na sessão, a oscilação de Vale (ON +0,21%) no fechamento foi importante para o sinal do Ibovespa no fim do dia, com desempenho em geral ruim para as ações do setor financeiro, à exceção de BB (ON +0,87%) entre os grandes bancos. Na ponta do Ibovespa, destaque para Gol (+7,19%), PetroReconcavo (+4,61%) e Prio (+2,92%), além dos papéis ON e PN de Petrobras. No lado oposto, Casas Bahia (-5,00%), Pão de Açúcar (-2,99%), Copel (-2,90%) e Magazine Luiza (-2,86%).

Mais cedo, as notícias de que o banco central da China vai intensificar o apoio à economia local, e que os líderes do Senado dos EUA fecharam acordo que evita a paralisação do governo, ajudavam a mitigar a percepção de risco desde o exterior, o que também contribuiu, no fechamento, para que o Ibovespa evitasse hoje a quinta perda consecutiva.

"Com o rendimento da T-note de 10 anos a 4,60%, tem-se aí uma taxa livre de risco em nível muito atraente, o que acaba afetando também o nosso câmbio, muito pressionado na sessão de hoje. Há ainda uma preocupação, dúvida, sobre até onde o Federal Reserve poderá ir, embora o consenso, no momento, aponte mais uma alta da taxa de referência americana até o fim do ano. É uma situação de incerteza que afeta também o S&P 500, por lá. Então, com tudo isso, por que vir para um emergente nesse contexto", diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.

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Nesta quarta-feira, apesar da melhora observada em parte da tarde, os índices de Nova York fecharam sem direção única, com o Dow Jones ainda em baixa de 0,20%, e S&P 500 e Nasdaq em alta, respectivamente, de 0,02% e 0,22%.

No plano doméstico, Mikail destaca a retomada de receios em torno da situação fiscal, com a percepção de que o governo enfrentará grande dificuldade para cumprir os compromissos com relação ao equilíbrio das contas públicas. "A arrecadação federal nos últimos três meses tem mostrado essa dificuldade, e para melhorar a expectativa será preciso um sinal pelo lado do controle de gastos", acrescenta.

"Ata dura do Copom apenas, como se viu nesta semana, não me parece que será o suficiente daqui para frente. Serão necessários também sinais do governo quanto a cortes de gastos para que essa melhora de percepção se materialize. Fora disso, com o juro que se tem lá fora, se exigirá aqui mais prêmio. E isso já tem sido observado nos juros longos, que são o que realmente interessa. O fiscal está at risk em risco, o que tem pesado, para além do cenário externo desfavorável. Sinais como os recentes, sobre precatórios, não são bons", afirma o gestor.

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Além das circunstâncias brasileira e americana, "a crise do setor imobiliário na China continua a dar o que falar, com reverberações diretas para nosso mercado", pela exposição a commodities, observa Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, referindo-se também ao quadro global, de "juros mais altos por mais tempo", tendo os Estados Unidos à frente. Assim, como ontem, o dia foi de "dólar para cima e Bolsa para baixo". E os juros futuros também mostram aversão a risco.

"O dólar vem ganhando força em relação a referências como o euro, o que se reflete no índice DXY que contrapõe a moeda americana a pares como o próprio euro, a libra e o iene. Na curva de juros, o estresse esteve mais concentrado hoje em vértices curtos e intermediários aqui no Brasil, sobretudo pela manhã, até o início da tarde. E veio devolvendo mais para o fim do pregão, apesar do segundo dia de alta relativamente expressiva", diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.

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