À espera de uma agenda que começa a ganhar força amanhã, com a prévia da inflação oficial de setembro, o IPCA-15, a Bolsa brasileira seguiu em acomodação nesta abertura de semana, engatando a terceira perda, em grau leve como na sessão anterior, permanecendo no menor nível de encerramento desde o último dia 8.
Hoje, o Ibovespa oscilou apenas 457 pontos entre a mínima (115.573,35) e a máxima (116.030,83) do dia, encerrando em baixa de 0,07%, aos 115.924,61 pontos, saindo de abertura aos 116.008,64. Fraco, o giro financeiro ficou em R$ 17,1 bilhões. No mês, o índice da B3 ainda sobe 0,16%, faltando quatro sessões para o fim de setembro. No ano, o Ibovespa avança 5,64%.
Apesar do leve sinal negativo do petróleo Brent na sessão, Petrobras ON e PN subiram, ambas, 0,65% nesta segunda-feira, o que contribuiu para mitigar o efeito sobre o Ibovespa do ajuste em Vale (ON -2,06%), com a retomada de dúvidas sobre a economia chinesa, que tem encontrado muita dificuldade para ganhar marcha desde a pandemia. Os grandes bancos também fecharam o dia majoritariamente em baixa, à exceção de Itaú (PN +0,30%).
Novos temores em torno do setor imobiliário da China injetaram cautela nos mercados globais nesta abertura de semana, em meio à escalada global de rendimentos de títulos soberanos como os Treasuries, considerados livres de risco, bem como do dólar, no exterior. Aqui, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,68%, a R$ 4,9662, mais perto da máxima (R$ 4,9750) do que da mínima (R$ 4,9379) da sessão.
"Seguindo a decisão do S&P Global de cortar a projeção de crescimento do PIB chinês este ano, veio um fluxo de notícias negativo ligado ao setor imobiliário do país, que tem como foco a reestruturação da Evergrande. Durante o pregão chinês, outra incorporadora listada na bolsa de Hong Kong, a China Aoyuan, viu suas ações despencarem 72%, reforçando a situação delicada do setor, que representa em torno de um terço do PIB do país", observa em nota a Guide Investimentos.
Na ponta ganhadora do Ibovespa nesta abertura de semana, destaque para CVC (+5,75%), Weg (+4,61%) e IRB (+2,35%), com Grupo Casas Bahia (-13,24%), Magazine Luiza (-4,02%) e Gol (-3,58%) na fila oposta.
Para a estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, o IPCA-15 referente a setembro, que será divulgado na manhã desta terça-feira, 26, pelo IBGE, deve trazer variação de 0,37% no mês, comparada a 0,28% em agosto - em 12 meses, a variação acumulada deve ir a 5,02%.
"A aceleração na leitura mensal, entre agosto e setembro, virá do grupo Transportes ao passar de +0,23% em agosto para +1,97% na nossa projeção. O principal destaque neste grupo são os efeitos dos reajustes de diesel e gasolina, do aumento de 1% esperado em automóvel novo, além da alta de 6% na passagem aérea em setembro, revertendo parte da queda do mês anterior (-11,69%)", acrescenta.
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