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Ibovespa inicia semana em baixa de 0,85%, aos 114,4 mil pontos

O Ibovespa ficou perto de ceder a linha dos 114 mil pontos na mínima desta segunda-feira, 21, após ter interrompido na sexta-feira série histórica de 13 perdas consecutivas, a mais longa desde 1968. Nesta segunda-feira, a referência da B3 oscilou dos 114.

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 21.08.2023, 17:56:00 Editado em 21.08.2023, 18:01:50
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O Ibovespa ficou perto de ceder a linha dos 114 mil pontos na mínima desta segunda-feira, 21, após ter interrompido na sexta-feira série histórica de 13 perdas consecutivas, a mais longa desde 1968. Nesta segunda-feira, a referência da B3 oscilou dos 114.066,51 - ainda na mínima intradia desde 6 de junho (112.695,60) - aos 115.424,65 pontos, saindo de abertura aos 115.403,81.

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Ao fim, o índice caiu 0,85%, aos 114.429,35 pontos, agora o menor nível de encerramento desde 5 de junho (112.696,32), com giro financeiro fraco, a R$ 19,5 bilhões, na sessão. No mês, o Ibovespa acumula perda de 6,16%, limitando o ganho do ano a 4,28%.

"A queda por si só já é ruim, mas com tantas perdas acumuladas, começa a acender luz de alerta, com possibilidade de revisões para o cenário, no sentido de baixa. A China cortou mais uma vez os juros, o segundo em dois meses para a taxa de um ano, mas os analistas esperavam redução um pouco maior, em meio às preocupações quanto ao risco de contágio, na economia, dos problemas do setor imobiliário do país, a partir de grandes empresas do segmento, como a Evergrande", diz Fernanda Bandeira, sócia e especialista da Blue3 Investimentos, mencionando a correlação de ações de peso na B3, como Vale (ON -0,03%, a R$ 61,20), à demanda por commodities na China.

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"O Banco Popular da China cortou sua taxa principal de um ano, referência para empréstimos domésticos e corporativos, em 10 pontos-base, de 3,55% para 3,45%, abaixo dos 15 pontos-base que se esperava como corte", aponta em nota a Monte Bravo Investimentos, acrescentando que, ainda assim, parte dos mercados globais ensaiou uma recuperação nesta segunda-feira, apesar do nível, ainda alto, nos rendimentos dos Treasuries - títulos públicos americanos, referência de segurança para os investidores em momentos como o atual, de aversão a risco.

Outro destaque da semana, que contribui para manter a cautela vista nesta segunda-feira, é a expectativa pelo simpósio de Jackson Hole, evento anual organizado pelo Federal Reserve de Kansas City, sempre acompanhado com interesse pelo mercado em razão das pistas que costumam emergir, no evento, quanto à orientação da política monetária não apenas dos Estados Unidos, mas também de outras grandes economias globais. O presidente do Fed, Jerome Powell, falará na sexta-feira no evento de Jackson Hole, que começa na quinta.

Na agenda doméstica, destaque para o IPCA-15, na sexta-feira, e para a possibilidade de nova votação do arcabouço fiscal na Câmara após a passagem da matéria, com algumas modificações, pelo Senado. A votação pelos deputados pode ocorrer ainda nesta semana, mesmo com a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem à África do Sul para reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

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Na manhã desta segunda-feira, destaque para o Boletim Focus que trouxe projeção um pouco maior para o IPCA deste ano, a 4,90%, comparada a 4,84% no boletim da semana anterior, e o câmbio projetado passando, no mesmo intervalo, de R$ 4,93 para R$ 4,95 com manutenção do PIB e da Selic, sem variações, no fechamento do ano, observa Roseane Duarte, analista da Toro Investimentos.

Como pano de fundo, na semana passada terminou o período de divulgação dos resultados do segundo trimestre das empresas no Brasil. "Em resumo, os resultados vieram muito machucados pelo impacto das altas taxas de juros, tanto diretamente, com o incremento das despesas financeiras das empresas, como na própria parte operacional, com a dificuldade de fazer com que o faturamento cresça", diz Eduardo Cavalheiro, fundador e gestor da Rio Verde Investimentos.

Mesmo com a pequena redução da Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano decidida no início de agosto, "o mercado de crédito segue restrito, com muitas empresas ainda encontrando dificuldade para rolar seus financiamentos, em ambiente também difícil para os bancos, o que ainda amarra a economia", acrescenta o gestor, prevendo melhora nos resultados das empresas apenas no médio prazo, à medida que os efeitos da redução da Selic se transmitam à atividade econômica.

Nesse contexto, as ações de maior peso e liquidez na B3 voltaram a se alinhar em direção única, negativa. Entre os grandes bancos, as perdas da sessão variaram entre 0,36% (BB ON) e 0,72% (Bradesco PN). Petrobras ON e PN, por sua vez, caíram nesta segunda 0,99% e 0,70%. Na ponta perdedora do Ibovespa, destaque para IRB (-9,24%), Carrefour Brasil (-4,14%) e Yduqs (-3,86%), com Petz (+2,45%), Magazine Luiza (+1,67%) e Cemig (também +1,67%) no canto oposto.

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