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Ibovespa estende série negativa por 5ª sessão, em baixa de 0,75%, a 124,3 mil

Em meio ao prosseguimento da pressão sobre o câmbio, que colocou o dólar a R$ 5,2875 na máxima desta terça-feira, o Ibovespa estendeu a série negativa pela quinta sessão, a mais longa para o índice desde outubro, quando também encadeou cinco perdas entre

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 16.04.2024, 17:54:00 Editado em 16.04.2024, 17:59:24
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Em meio ao prosseguimento da pressão sobre o câmbio, que colocou o dólar a R$ 5,2875 na máxima desta terça-feira, o Ibovespa estendeu a série negativa pela quinta sessão, a mais longa para o índice desde outubro, quando também encadeou cinco perdas entre os dias 17 e 23. Hoje, oscilou dos 123.756,08 aos 125.315,63, da abertura, e fechou em baixa de 0,75%, aos 124.388,62 pontos, com giro a R$ 26,5 bilhões. Na semana, cede 1,24% e, no mês, 2,90%, colocando as perdas do ano a 7,30%. No fechamento, o Ibovespa foi ao menor nível de encerramento desde 14 de novembro (123.165,76).

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O sinal em Nova York foi misto, entre -0,21% (S&P 500) e +0,17% (Dow Jones), refletindo ainda a cautela com relação aos acontecimentos do fim de semana em Israel, em situação movediça no Oriente Médio que traz receio quanto a efeitos inflacionários sobre os custos de energia, no momento em que o mercado já havia atrasado, a princípio de junho ou julho para setembro, a expectativa quanto ao início dos cortes de juros nos EUA pelo Federal Reserve, o BC americano.

Para além da conjuntura externa desfavorável ao apetite por risco, no Brasil, "o governo tem postergado o déficit zero, sempre falando em aumento de gastos sem contrapartida em receita, o que traz insegurança aos investidores", diz Raony Rossetti, CEO da Melver. "Somado a isso, o corte de juros nos Estados Unidos, que não começa. Esperavam-se quatro cortes neste ano, depois mudou para três, e muitos profissionais estão esperando agora só um corte, em novembro", acrescenta.

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A probabilidade de o Fed reduzir os juros em apenas 25 pontos-base em 2024 subiu hoje, em meio às falas do presidente da instituição, Jerome Powell, nesta tarde, firmando-se como a mais provável, reporta Maria Ligia Barros, do Broadcast. A chance avançou a 35,6% depois de o dirigente ter iniciado discurso, comparada a 33,9% instantes antes, de acordo com o monitoramento do CME Group. Antes do discurso, esse cenário era quase tão provável quanto a hipótese de cortes de 50 pontos-base, cuja chance caiu de 33,7% para 32,9%.

Powell afirmou hoje que os dados recentes sobre a inflação nos Estados Unidos indicam que vai levar mais tempo até que se tenha a confiança necessária para cortar juros. Em evento no Fórum de Washington sobre a Economia Canadense, Powell ressaltou o "significativo" arrefecimento dos preços no segundo semestre de 2023, mas admitiu que os dados do começo de 2024 apontaram "falta de progressos" adicionais no objetivo de fazer com que a inflação retorne à meta de 2% ao ano.

Em Washington para os encontros de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que uma reprecificação de ativos está em curso no mundo, e que é preciso atenção à inflação nos Estados Unidos e à escalada das tensões no Oriente Médio. "Cenário externo explica dois terços do que está acontecendo no Brasil", disse o ministro, mencionando em especial a incerteza sobre o Oriente Médio. "Ninguém sabe como o conflito na região vai se desdobrar", observou Haddad.

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Ele admitiu, contudo, ser preciso "explicar melhor o que vai acontecer com as contas públicas no Brasil". O país, segundo disse Haddad, "está gastando mais do que arrecada há 10 anos" e, "ao gastar mais do que arrecada, o Brasil não consegue crescer". "Déficit primário vai cair a nível que não é o que nós gostaríamos", acrescentou o ministro da Fazenda.

Nesse contexto de dúvidas sobre a trajetória do endividamento público no Brasil, em meio a um cenário externo desafiador - com dois conflitos militares em andamento no mundo, na Europa e no Oriente Médio, quando a atenção segue concentrada na inflação e no nível global dos juros -, o apetite por ações se manteve deprimido nesta terça na B3, com Ibovespa no negativo desde a abertura.

"A curva de juros doméstica continuou bem estressada na sessão, com mais pedido de prêmio pelo mercado e vários trechos fazendo máximas, em meio aos temores geopolíticos. Apesar do desempenho do petróleo na sessão quase estável no fechamento, ainda há receio de repique inflacionário a partir dos preços da commodity", diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.

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As perdas na carteira teórica não foram piores porque Petrobras (ON +0,49%, PN +0,46%) conseguiu avançar na sessão, negativa para outros pesos-pesados do índice, como Vale (ON -0,89%) - que está para divulgar relatório de produção, observa a Guide - e grandes bancos (BB ON -1,13%, Bradesco ON -1,05%, Itaú PN -0,75% e Santander Unit -0,85%, na mínima do dia no fechamento).

Na ponta ganhadora do Ibovespa, WEG (+3,00%), Eztec (+2,97%), MRV (+2,34%) e Lojas Renner (+1,39%). No lado oposto, Assaí (-5,32%), Alpargatas (-5,05%), Carrefour Brasil (-4,40%) e Locaweb (-4,34%), com ambas as pontas ocupadas em geral por ações correlacionadas ao ciclo doméstico, em um dia negativo também para as de commodities e para as empresas com exposição à demanda externa.

Em outro desdobramento do dia, desfavorável para a Bolsa brasileira, "na China um conjunto de novos dados indicou que a recuperação do país permaneceu irregular", destaca a Guide Investimentos, em nota. "O PIB do primeiro trimestre e os investimentos fixos superaram as previsões, porém, as vendas do varejo e a produção industrial ficaram aquém do consenso. A agência de estatísticas do país alertou que as bases para uma economia estável ainda são frágeis, face aos crescentes ventos contrários do exterior. E o setor imobiliário caiu mais de 1,5%, com os preços de novas residências na China em sua maior queda em quase nove anos no último mês."

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