O Ibovespa caiu 0,79% hoje, a 130.804,17 pontos, pressionado por um movimento de realização de lucros após ter atingido uma nova máxima histórica no fechamento ontem. Dos 86 papéis que compõem o índice, 67 encerraram o dia em baixa, corrigindo as altas anteriores. Em contrapartida, as ações da Petrobras sustentaram ganhos ao longo do dia e ajudaram a moderar as perdas da referência da B3.
Em meio ao noticiário escasso e a uma liquidez reduzida por causa do fim de ano, o índice passou a maior parte do dia próximo da estabilidade e, até a última hora do pregão, tinha oscilado menos de mil pontos entre a mínima e a máxima, quando chegou aos 132.340,75 pontos (+0,37%). Mas, no fim da sessão, a virada para baixo das bolsas de Nova York deu o sinal para a realização de lucros e acelerou as perdas, até a mínima de 130.709,80 pontos (-0,87%), acompanhando a virada de Vale ON para o negativo.
"Na ausência de novas notícias e depois de o mercado ter superado duas vezes seguidas a máxima histórica, é natural vermos alguma realização aqui", afirma o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno. O principal destaque do noticiário doméstico foi a promulgação da reforma tributária, aprovada na última sexta-feira, 15. "O Ibovespa acompanhou o mercado externo o dia inteiro e ficou lateralizado durante a maior parte do pregão."
Os índices acionários de Nova York, que passaram boa parte da sessão no azul, viraram para o negativo à tarde e bateram mínimas após as 17 horas, puxando a piora da Bolsa aqui. No fim do dia, caíram entre 0,27% (Dow Jones) e 1,50% (Nasdaq). Também na última hora do pregão, outros ativos domésticos sucumbiram à realização: o dólar subiu a R$ 4,9120 no fechamento, alta de 0,99%, e os juros futuros reduziram a queda.
Em meio a perdas generalizadas na Bolsa brasileira, com todos os índices setoriais no vermelho no fechamento, os ganhos da Petrobras, entre 0,36% (PN) e 0,18% (ON), foram responsáveis por moderar as perdas do Ibovespa. A empresa se beneficiou hoje da alta dos preços do petróleo e de um aumento no seu rating pela S&P, de BB- para BB, um dia após a agência de classificação de riscos ter elevado também a nota do Brasil, na mesma magnitude.
O setor financeiro foi o mais penalizado do Ibovespa hoje, com baixa de 1,37% do IFNC, seguido pelo setor de consumo, com queda de 1,04% do ICON. Segundo o sócio da One Investimentos Rafael Schmidt, a fraqueza da Bolsa brasileira hoje parece responder a uma correção geral dos mercados, que tiveram desempenho positivo nas últimas semanas.
"Lá fora, o comportamento dos mercados mostra que não tivemos um fluxo tão forte para a Bolsa hoje, e a alta do dólar é um indício de que não entrou muito capital aqui, como aconteceu nos últimos dias. Mas podemos interpretar que é um movimento normal, com o mercado corrigindo depois de o Ibovespa ter ficado muito forte desde a segunda quinzena de dezembro", afirma.
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