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Ibovespa cai 1,27%, aos 119,6 mil pontos, com cautela sobre governo Trump

A cautela externa reforçada nesta quarta, 8, pela possibilidade de um tarifaço geral na largada do governo Trump, de volta no dia 20, manteve os ativos brasileiros na defensiva, levando o Ibovespa a retroceder aos 119 mil pontos e a colher a terceira perd

Luís Eduardo Leal, (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal, (via Agência Estado)
Publicado em 08.01.2025, 18:38:00 Editado em 08.01.2025, 18:44:40
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A cautela externa reforçada nesta quarta, 8, pela possibilidade de um tarifaço geral na largada do governo Trump, de volta no dia 20, manteve os ativos brasileiros na defensiva, levando o Ibovespa a retroceder aos 119 mil pontos e a colher a terceira perda em cinco sessões neste começo de ano. Hoje, o índice da B3 oscilou dos 119.351,34 aos 121.160,25 pontos, e encerrou em queda de 1,27%, aos 119.624,51, com giro a R$ 19,4 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa ainda sustenta ganho de 1,16%, mas volta ao negativo no mês, em baixa de 0,55%.

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O dia foi de perdas bem distribuídas pelas ações de maior peso e liquidez, como Vale (ON -0,96%), Petrobras (ON -0,95%, PN -0,81%) e as de grandes bancos, como Itaú (PN -1,62%) e Bradesco (ON -1,89%, PN -1,55%). Na ponta perdedora do Ibovespa, Carrefour (-12,20%), CSN (-7,18%) e Magazine Luiza (-6,52%). No lado oposto, Pão de Açúcar (+1,06%), São Martinho (+0,93%) e Marfrig (+0,89%). Apenas nove das 87 ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa subiram na sessão.

Em ruidosa maré que antecipa a segunda posse na Casa Branca, o presidente eleito Donald Trump tem movimentado o noticiário em base diária com promessas de anexação do Canadá e da Groenlândia, retomada do Canal do Panamá - administrado pelos americanos até 1999 - e, agora, não apenas a intenção de asfixiar os vizinhos do norte (Canadá) e do sul (México) com um torniquete tarifário para forçá-los a conter a entrada de imigrantes e de fluxos ilegais, como também a adoção de uma "emergência econômica nacional" para a implementação de sobretaxas "universais", segundo apurou a rede americana CNN.

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Hoje, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, sugeriu em tom sarcástico que a América do Norte, incluindo os Estados Unidos, poderia ser chamada de "América Mexicana", em resposta à recente fala de Trump, que demonstrou desejo de renomear o Golfo do México como "Golfo da América". Ela disse também que Trump é "mal informado" por dizer que o México é governado por grupos criminosos.

Por mais fantasioso que possa parecer a princípio e em sua integralidade, o projeto de fortaleza América tende a dar impulso ao dólar ante moedas de referência como o euro, o iene e a libra, e também ante as de emergentes, como o real. No Brasil, a moeda americana foi cotada a R$ 6,1563 na máxima da sessão e fechou a R$ 6,1090, quase convergindo para a estabilidade no fechamento (+0,08%).

O endurecimento do discurso de Trump a poucos dias da posse vem em momento de enfraquecimento político de lideranças tradicionais da Europa, como a França e a Alemanha - no segundo caso, com eleições próximas que devem trazer de volta os democratas-cristãos, à frente de mais uma coalizão, possivelmente com os próprios social-democratas, hoje à testa do governo com o chanceler Olaf Scholz.

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No plano imediato, a expectativa para novos dados de inflação na China, a serem conhecidos nesta noite, também contribuiu para a cautela na Bolsa brasileira neste meio de semana, pela exposição das ações de commodities às flutuações de humor em relação à segunda maior economia do mundo.

Em outro desdobramento desta quarta-feira, assessores de Donald Trump estão considerando como reformularão a liderança do Federal Reserve (Fed), incluindo tornar a diretora Michelle Bowman a próxima vice-presidente de Supervisão do banco central, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, reporta a Bloomberg.

Segundo a agência de notícias americana, assessores de Trump também começaram a elaborar uma lista de possíveis substitutos para o presidente do BC americano, Jerome Powell, cujo mandato termina apenas em maio de 2026. E estão observando de perto os comentários sobre taxas de juros feitos pelos atuais integrantes do Fed.

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"Basicamente, o Ibovespa deu prosseguimento hoje à tendência de baixa iniciada ainda em agosto e intensificada em dezembro. Há continuidade nesse movimento corretivo, e hoje se viu tal ajuste nos principais papéis, após a recuperação vista ontem e anteontem. Veio, contudo, certa estabilização na curva de juros doméstica, com movimentos mais comedidos", diz Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos. "Comunicação do ministro Fernando Haddad tem sido mais branda, com o reconhecimento da necessidade de pragmatismo com relação a gastos este ano, mas o externo, com a iminente posse de Trump, traz um pouco mais de tensão para o mercado, dificultando recuperação sustentável para a Bolsa."

"A notícia de que Trump considera declarar emergência econômica nacional para justificar tarifas de importação mais agressivas trouxe cautela. Há muitas incertezas em torno das políticas do presidente eleito dos Estados Unidos, e o mercado segue cauteloso, aguardando mais sinais sobre os rumos da economia global e das políticas monetárias nos principais países", diz Guilherme Jung, economista da Alta Vista Research.

Destaque da agenda econômica desta tarde, os ativos de risco no exterior tiveram reação limitada à divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), que corroborou a expectativa de redução do ritmo de cortes de juros este ano na maior economia do mundo, e pouco alterou as perspectivas para os próximos passos da política monetária americana, conforme a plataforma de monitoramento do CME Group.

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