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Ibovespa cai 0,62% no dia, a 111,9 mil pontos, mas avança 2,72% na semana

Em dia de recuperação em Nova York - perto do final de mês bem negativo para as referências de lá, com perdas que chegam a 11,98% (Nasdaq) em janeiro -, fator interno colocou o Ibovespa abaixo dos 112 mil pontos nesta sexta-feira, aparando os ganhos acumu

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.01.2022, 19:00:00 Editado em 28.01.2022, 19:07:48
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Em dia de recuperação em Nova York - perto do final de mês bem negativo para as referências de lá, com perdas que chegam a 11,98% (Nasdaq) em janeiro -, fator interno colocou o Ibovespa abaixo dos 112 mil pontos nesta sexta-feira, aparando os ganhos acumulados na semana a 2,72% e os do mês a 6,76% - ainda a caminho do melhor desempenho desde dezembro de 2020 (9,30%). Na semana, com ganhos até 3,13% (Nasdaq) nesta última sessão, o sinal mudou de negativo para positivo em NY, embora em acumulado inferior ao da B3 no período.

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Nesta sexta, em trajetórias inversas às observadas nos últimos dias, a referência da B3 se descolou da melhora de ânimo em Wall Street, refletindo à tarde o embate entre Advocacia Geral da União (AGU) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quanto à convocação do presidente Jair Bolsonaro para prestar depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira, em inquérito sobre vazamento de informações. Moraes classificou o recurso apresentado pela AGU de "intempestivo" e rejeitou o agravo para adiar o depoimento, marcado para 14 horas.

O não cumprimento da decisão de Moraes por Bolsonaro traz algum eco da escalada de tensão institucional que vigorou até o inflamado discurso presidencial do último 7 de setembro, quando o mandatário afirmou, na Avenida Paulista, que não mais atenderia a deliberações do ministro do STF.

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Ao fim, o Ibovespa mostrava baixa de 0,62%, aos 111.910,10 pontos, após três altas seguidas, nesta sexta entre mínima de 111.407,36, renovada à tarde, e máxima de 112.968,87 pontos, com giro financeiro a R$ 36,9 bilhões Assim, o índice emendou o terceiro ganho semanal, vindo de avanços de 1,88% e de 4,10% nos intervalos anteriores.

Nesta sexta-feira, "destaque negativo para as ações de varejo e tecnologia, que realizam parte dos lucros dos últimos pregões, e também para a queda das ações da Petrobras, pressionada tanto pelas tensões geopolíticas entre Ucrânia e Rússia, como pela notícia de adiamento do follow-on da Braskem", observa em nota a Terra Investimentos, chamando atenção, por outro lado, para a ação da própria Braskem (+7,50%), na ponta vencedora da carteira Ibovespa na sessão, à frente de Cielo (+6,05%), Hapvida (+2,31%) e JBS (+2,21%).

No lado oposto, Magazine Luiza (-7,06%), Natura (-6,48%) e Americanas ON (-6,15%). Entre as blue chips, o dia foi negativo para Petrobras (ON -2,97%, PN -3,96%), com acentuação da queda no fim da tarde, e Vale (ON -0,98%), enquanto os grandes bancos mostravam alta (Bradesco PN +1,44%, Itaú PN +1,35%) no encerramento do dia, à exceção de Santander (Unit -2,28%).

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Vindo na última segunda-feira de fechamento aos 107,9 mil, e tendo rompido resistência a 109.370 pontos nesta semana, o Ibovespa tem a marca dos 114.925 pontos como próxima referência a superar, aponta análise técnica da Genial Investimentos. "Outro ponto positivo para a força compradora é que o Ibovespa está acima das médias móveis de 21 e 50 períodos, que são médias de curto e médio prazo", acrescenta em texto Igor Graminhani, analista técnico da Genial.

Na Europa, prevaleceu humor negativo nesta sexta-feira, caminho que era sinalizado também pela manhã pelos futuros de Nova York, antes da divulgação de nova leitura sobre a inflação americana, que acabou por contribuir para a virada em Wall Street ao longo do dia - o núcleo do índice de gastos em consumo (PCE), referência preferida do Federal Reserve para a inflação, subiu 0,5% entre novembro e dezembro, em linha com o esperado, enquanto os gastos caíram menos do que o previsto e a renda avançou menos do que se antecipava.

Além disso, as ações americanas "subiram após os resultados sólidos da Apple e o índice de custo de emprego no quarto trimestre, mais fraco do que o esperado", aponta em nota Edward Moya, analista da Oanda em Nova York. "O presidente do Fed (Jerome Powell) observa de perto os custos dos empregadores, pois esse foi um gatilho importante para seu pivô 'hawkish'", acrescenta.

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"O risco de inflação é o que tem pesado no mercado global, risco que significa elevação de juros e penalização das bolsas. Aqui, estivemos nesta semana na contramão dos mercados, na ausência de grandes notícias ruins, tendo ainda uma moeda significativamente depreciada e ativos brasileiros a múltiplos extremamente baixos, o que traz fluxo estrangeiro intenso e carrega a Bolsa para cima", diz Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos.

No cenário doméstico, o déficit primário do Governo Central a R$ 35 bilhões em 2021, melhor do que o esperado e com evolução das receitas, foi surpresa positiva, mas incapaz de estimular o apetite por risco nesta última sessão de semana em que o Ibovespa mostrou desempenho bem superior ao das referências asiáticas, europeias e americanas - positivo aqui e majoritariamente negativo lá fora, no intervalo. O IGP-M de janeiro, também divulgado pela manhã, foi outro fator monitorado nesta sexta-feira, a 1,82% ante 0,87% de dezembro, mas abaixo do consenso para o mês, de 2%, aponta Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

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