O Ibovespa avança desde os primeiros instantes da abertura do pregão desta quinta-feira, 5, embalado na perspectiva de celeridade na tramitação do pacote fiscal na Câmara. Na quarta-feira, 4, o governo obteve duas vitórias na Casa em relação ao plano de corte de gastos, o que estimula o Índice Bovespa, que já saltou cerca de 1.700 pontos entre a abertura (126.087,78 pontos) e a máxima perto dos 128 mil pontos - nível mantido neste momento.
O impulso deve-se em boa medida a ações de bancos. "Está refletindo o noticiário sobre a aprovação de urgência de projetos no pacote fiscal. Agora, tem de esperar para ir para votação, e tem algumas notícias corporativas", destaca Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, diz, ao referir-se a sinais de conciliação entre a Eletrobras e o governo sobre temas como a participação da União no conselho da companhia. As ações da empresa avançam cerca de 6,00%.
Há pouco, o Ibovespa renovou máxima e já sobe perto de 1,80% na semana e no mês de dezembro, após ceder quase 2,70% em novembro, em meio ao alívio nos demais ativos brasileiros - dólar cede abaixo dos R$ 6,00 e os juros futuros têm viés de baixa.
Apesar de alguma dificuldade, o pacote parece avançar. Os deputados deram aval para que dois dos projetos que fazem parte do plano de contenção de gastos tenham tramitação acelerada, como o que prevê bloqueio de emendas e o que limita o crescimento real do salário mínimo a 2,5% ao ano.
Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, avalia como positiva esse sinal de avanço do governo quanto ao pacote fiscal, mas pontua que as incertezas quanto à real eficiência dos corte de gastos nas contas públicas permanecem.
"Essas dúvidas têm exigido mais prêmios. Está fazendo preço, as expectativas são de alta de 0,75 ponto e até mesmo de um ponto porcentual na Selic na semana que vem, o que não é positivo para a Bolsa", avalia Oliveira.
No exterior, o quadro é de cautela em meio ao recuo de 1,17% do minério de ferro em Dalian, e espera dos investidores pela divulgação do payroll, amanhã, nos Estados Unidos, sobre o mercado de trabalho. A agenda hoje é esvaziada lá fora e no Brasil.
Apesar dos sinais de ingerência política na Petrobras que jogaram as ações para baixo ontem, hoje sobem. "Não parece ser o assunto principal neste momento, há outros problemas como os fiscais", diz Oliveira, da Blue3.
O governo prepara uma troca de nome na presidência do conselho de administração da Petrobras. A companhia anunciou ontem que a vaga na presidência do colegiado da companhia ficará disponível porque o atual titular, Pietro Mendes, deve assumir a presidência da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e terá de deixar o posto na empresa para evitar conflitos de interesse. Por ora, o nome mais forte para ascender à cadeira é do economista Bruno Moretti, ligado ao ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Ontem, o Ibovespa conseguiu fechar perto da estabilidade, em baixa de 0,04%, aos 126.087,02 pontos. O dia foi marcado pela segunda desvalorização seguida do dólar, mas a moeda ainda terminou na casa dos R$ 6,00 (R$ 6,0477).
Hoje, o dólar cedia 1,21% a R$ 5,9753 às 11h39. O Ibovespa subia 1,32%, aos 127.745,60 pontos, ante alta de 1,40%, na máxima aos 127.848,58 pontos.
Entre os bancos, a alta ia de 0,99% (Banco do Brasil ON) passando por cerca de 2,40% (Bradesco), passando por 1,68% (Itaú Unibanco) a 1,70%% (Unit de Santander). Eletrobras subia quase 6,00%. Petrobras subia entre 0,64% (PN) e 1,25% (ON), enquanto Vale caía 0,40%. Em Nova York e em Londres, o petróleo mudava de direção e subia 0,50%. Em Dalian, na China, o minério de ferro fechou em baixa de 1,17% hoje.
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