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Ibovespa acompanha exterior positivo e sobe 2,04%

Sem muitas novidades na agenda do dia, o Ibovespa navegou a retomada do apetite por risco desde o exterior nesta quinta-feira, 7, com os mercados ainda digerindo os sinais emitidos ontem à tarde pela ata da mais recente reunião de política monetária do Fe

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 07.07.2022, 17:53:00 Editado em 07.07.2022, 17:58:50
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Sem muitas novidades na agenda do dia, o Ibovespa navegou a retomada do apetite por risco desde o exterior nesta quinta-feira, 7, com os mercados ainda digerindo os sinais emitidos ontem à tarde pela ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve. Sem menções do Fed a risco de recessão iminente, os investidores buscaram descontos em ações, tanto aqui como nos Estados Unidos e na Europa. Amanhã, a atenção se volta à nova leitura sobre a economia americana em junho, com a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho como a geração de vagas, a taxa de desemprego e a evolução do ganho salarial médio. No Brasil, será conhecido o IPCA de junho.

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Nesta véspera de dados importantes, o Ibovespa não apenas conseguiu retomar o nível de 100 mil pontos pela primeira vez desde o fechamento do último dia 28, como também encontrou fôlego, no meio da tarde, para chegar aos 101 mil, nas máximas da sessão. Perto do fim, moderou o avanço do dia a 2,04%, a 100.729,72 pontos, entre mínima de 98.721,51, da abertura, e máxima de 101.420,24, com giro em recuperação, a R$ 29,4 bilhões no fechamento desta quinta-feira.

Na semana, o Ibovespa passa a acumular ganho de 1,79%, elevando a retomada do mês a 2,22% - no ano, limita a perda a 3,90%. Em porcentual, o ganho de hoje chegou a parecer que seria o maior desde o dia 9 de março (+2,43%), tendo superado também, nos picos da sessão, o do fechamento de 27 de junho (+2,12%) quando, saindo como nesta quinta-feira de abertura a 98 mil, o Ibovespa recuperou a linha de 100 mil que havia sido perdida na sessão anterior (24). Em parte da tarde, o índice parecia a caminho mesmo de seu maior ganho diário em porcentual no ano - e que seria também o mais alto desde 2 de dezembro passado, quando subiu 3,66%.

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"A inflação tem sido a grande preocupação dos mercados desde o início do ano, e o Fed deixou (ontem) em aberto a definição dos juros para a próxima reunião, se um aumento de 50 ou 75 pontos-base. Assim, os mercados reagiram bem à indicação de política monetária mais restritiva para controlar a inflação. Por outro lado, o mercado de títulos americanos tem mostrado inversão ou igualdade entre os juros de 2 e 10 anos, o que assinala, conforme histórico, a possibilidade de recessão", diz Jennie Li, estrategista de ações da XP.

"A depender das métricas utilizadas, alguns analistas já antecipam que os Estados Unidos estejam em recessão, e outros acreditam que esteja entrando. A inflação por lá permanece nos maiores níveis em 40 anos. O ritmo dos mercados deve ser afetado pelo ajuste nas condições de liquidez, com a elevação de juros do Fed. Já há sinais de que a demanda agregada, o ritmo de produção, de atividade, está em desaceleração nos Estados Unidos", observa Davi Lelis, economista e sócio da Valor Investimentos.

Ainda assim, com a busca por descontos, o desempenho isolado desta quinta-feira levou, durante a sessão, papéis de maior liquidez a zerar as perdas da semana e a pontuar no mês, embora o ritmo da recuperação não tenha se sustentado linearmente ao fim para ações como as de Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco, CSN e Gerdau, entre outras. Na ponta do Ibovespa na sessão, destaque para Yduqs (+10,51%), no positivo em julho (+16,68%), embora ainda muito depreciada no ano (-25,28%). Caso semelhante ao de CVC (+10,32%), segunda maior alta da sessão, que se recupera neste começo de julho (+7,16%), mas ainda cede 44,26% em 2022. E de MRV (+6,42%), terceira maior alta do dia, com recuperação de 16,77% no mês e perda de 22,12% no ano.

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Em 2022, Petrobras ON e PN ganham, respectivamente, 20,55% e 21,66%, e Vale ON, 2,81%. Vale está agora positiva na semana (+2,77%) e no mês (0,81%). Hoje, as três ações fecharam, respectivamente, em alta de 2,91% (Vale), 2,96% (Petrobras ON), 2,93% (Petrobras PN), em dia de recuperação parcial tanto para os preços do petróleo como do minério de ferro após correção nas últimas sessões. Destaque também para a siderurgia nesta quinta-feira, com CSN ON em alta de 5,29%, Gerdau PN, de 5,76%, e Usiminas PNA, de 2,31%.

"Rumores de que o governo chinês planeja antecipar a venda de US$ 220 bilhões em títulos especiais, que têm o intuito de fomentar a infraestrutura, trouxeram alívio nesta manhã" para as commodities e empresas do setor, observa em nota a Guide Investimentos.

"Com o cenário externo favorável e commodities em alta, praticamente todas as ações que compõem o Ibovespa se valorizaram, o que o levou a superar os 101 mil pontos. A movimentação não surpreende após a queda forte desde abril. O Ibovespa está na média descontado, com seu múltiplo de lucro (P/L) próximo a mínimas históricas", aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. "Em certa medida, o mercado parece precificar uma inflação mais amena, com juros futuros recuando na véspera da divulgação do IPCA e algumas ações relacionadas à inflação se valorizando mais forte na semana", acrescenta o analista.

Do lado negativo do Ibovespa nesta quinta-feira, apenas oito ações, tendo JBS (-1,22%), Marfrig (-1,12%) e Suzano (-0,69%) à frente.

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