O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou na noite desta quarta-feira, 22, as preocupações do Comitê de Política Monetária (Copom) com a piora do ambiente internacional e com a desancoragem das expectativas de inflação. O ministro afirmou que o Brasil está em "uma situação diferente dos demais países, porque a nossa inflação está mais controlada que o mundo desenvolvido". Ainda ressaltou que a apresentação do arcabouço fiscal deve melhorar as expectativas para a inflação.
"É só comparar com a inflação europeia. E a taxa de juros dos países desenvolvidos, apesar de ter subido, continua negativas. Não está positiva, enquanto a nossa taxa de juros é a maior do mundo. Está hoje, rodando, dependendo de como você faz a conta, entre 6,5% e 8% acima da inflação. Então, evidentemente que é diferente da situação do mundo desenvolvido. A Europa está com uma inflação encerrada agora de 8,5%. Não é a realidade brasileira", disse.
Segundo Haddad, a desancoragem das expectativas de inflação é conjuntural e não estrutural. O ministro ressaltou que um problema estrutural exigiria cautela, o que ele avalia que não está acontecendo no País. Segundo ele, a apresentação do arcabouço fiscal pode mudar as expectativas.
"Expectativa é uma coisa que se muda de um dia para o outro. Então, nós temos de olhar para os fundamentos da economia e nos perguntar se há algum equilíbrio de oferta e demanda que faça prever um recrudescimento da inflação para os próximos meses. Eu penso que nesse momento, do ponto de vista dos fundamentos da economia, eu não percebo essa tendência. Agora expectativas, vocês conhecem o mercado, mudam de um dia para o outro. Amanhã, a apresentação do arcabouço fiscal pode mudar as expectativas", declarou.
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