O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, em entrevista à rádio CBN, que o Banco Central já poderia ter iniciado a recalibragem dos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, o que desagradou o governo.
"Acho que já poderíamos iniciar a recalibragem da taxa de juros", disse o ministro nesta sexta-feira, 5, ressaltando que respeita a institucionalidade do Banco Central. Ele pontuou que a expectativa de inflação para 2024 já está muito moderada após os esforços da autoridade monetária. Ainda assim, ele ponderou que, se o BC erra a calibragem nos juros para a contenção da inflação, quem paga é a sociedade. O ministro alertou para não se cair no erro de politizar todas as reflexões que são feitas sobre o trabalho do Banco Central.
Teto de gastos
O ministro também afirmou que o teto de gastos era uma regra fiscal que não sobreviveria no longo prazo e que o objetivo do governo é encontrar uma regra exequível. "Vamos para uma regra adequada, moderna que possamos cumprir, disse, na entrevista.
Haddad defendeu que a proposta de arcabouço fiscal representa um ciclo virtuoso, com a despesa correndo abaixo de receita. Sobre o prazo de ajuste, ele ressaltou que isso dependerá da receita e do resultado primário.
Mais uma vez, ele destacou o esforço feito entre Executivo e os demais Poderes. "O Executivo é parte da solução e depende de uma harmonização dos Poderes", disse, ressaltando que o governo já vê indicativos de que Judiciário e Legislativo compraram a agenda de ajuste fiscal.
Haddad relembrou que essa semana se encontrou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator do arcabouço, Claudio Cajado (PP-BA). Ele elogiou Cajado, e disse ver sensibilidade no deputado para encontrar um equilíbrio entre o fiscal e social.
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