MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Haddad diz que não teria votado jamais pela autonomia do BC, por causa de Bolsonaro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, que não teria votado pela autonomia do Banco Central por causa do presidente da República, Jair Bolsonaro. A entrevista foi gravada na sexta-f

Fernanda Trisotto e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)

·
Escrito por Fernanda Trisotto e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)
Publicado em 14.08.2023, 13:39:00 Editado em 14.08.2023, 13:43:37
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, que não teria votado pela autonomia do Banco Central por causa do presidente da República, Jair Bolsonaro. A entrevista foi gravada na sexta-feira, 11, e divulgada nesta segunda-feira. "Eu não votaria naquela circunstância jamais para a autonomia (do BC), por causa do Bolsonaro", disse o ministro da Fazenda. Ele justificou que o ex-presidente era um "lunático" e "psicopata" e que "não aprovaria nada com Bolsonaro no Poder".

continua após publicidade
Selic

O ministro da Fazenda disse que poderia haver questionamentos sobre a autonomia do Banco Central se não tivesse havido redução na taxa Selic neste mês. "Esse corte de 0,5 (ponto porcentual), do ponto de vista técnico, se ele não viesse, teríamos um problema grave na economia, porque em julho a arrecadação despencou e já vinha desacelerando desde abril. Do ponto de vista político, você teria pessoas que votaram na autonomia (do BC) dizendo erramos. As instituições não são qualquer coisa, tem que saber construir para dar certo", comentou. Questionado sobre o patamar de juros neutros, lembrando que com uma inflação no patamar de 4%, e com a taxa neutra de juro real em 4,5%, quaisquer juros acima de 8,5% são recessivos, contracionistas. "Se cortar 0,5 por reunião, quanto tempo levaremos para chegar no juro neutro, contando que temos oito reuniões por ano?", questionou, dizendo que o País ainda viverá longo processo contracionista. O ministro ainda disse que o País tem um viés de pagar juros altos "impressionante", e que mesmo quando havia superávit e a dívida estava em queda, o pagamento de juros no Brasil era maior do que em outros pares.

Poder da Câmara

O ministro da Fazenda disse ainda que a Câmara dos Deputados tem um poder muito grande e é preciso construir moderação em relação a outros Poderes. "A Câmara está com um poder muito grande e não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo. Mas, de fato, ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida. Tem que haver uma moderação que tem de ser construída", comentou. Sobre a boa relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ele lembrou que isso começou durante a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, com uma combinação para separar temas de governo dos de Estado, mas disse que os dois também têm pontos de divergência. "A gente só aparece sorrindo, mas às vezes temos debates acalorados", disse.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Haddad diz que não teria votado jamais pela autonomia do BC, por causa de Bolsonaro"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!