O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aproveitou o anúncio a revisão pela S&P Global da perspectiva do rating BB- do Brasil, de estável para positiva, para voltar a cobrar do Banco Central a redução da Selic, atualmente em 13,75%. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na próxima semana.
"Penso que a harmonia entre os Poderes tem contribuído para os resultados. Está faltando o BC se somar a esse esforço, mas quero crer que estamos prestes a ver isso acontecer", afirmou Haddad, na portaria do edifício sede do ministério.
Haddad se pronunciou ao lado de seus principais secretários, incluindo o secretário-executivo da Pasta, Gabriel Galípolo, indicado para a Diretoria de Política Monetária do BC.
"Acredito na harmonia entre as políticas fiscal e monetária. Tudo concorre agora para que essa harmonização ocorra mais rapidamente do que previsto. Há seis meses ninguém diria que estaríamos nessa situação. Temos uma oportunidade de ouro", disse o ministro.
Mais uma vez, Haddad comparou o alto nível dos juros brasileiros com os juros dos Estados Unidos e da Europa. "Eles estão muito mais longe da meta de inflação que nós, muito mais. No entanto, as taxas de juros são muito mais modestas", enfatizou. "Todos nós somos contra a inflação. Temos um sistema de metas que foi criado há mais de 20 anos. Ninguém pensa em mudar o regime de metas, podemos aperfeiçoá-lo, mas o seu arcabouço está consolidado", completou.
O ministro foi perguntado ainda sobre a entrevista do diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, Renato Dias Gomes, ao Broadcast/Estadão nesta semana, na qual ele considerou que o Copom não deve ter pressa na redução dos juros.
"Não cabe a mim comentar a declaração do diretor do BC, respeito institucionalidade. Pode haver divergência de opinião. As autoridades podem se manifestar, não pode haver mordaça sobre esse assunto. No mundo inteiro é assim", avaliou. "Divergir faz parte da democracia, o debate é saudável", disse.
Ele relatou ainda que 70% da reunião de hoje entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e empresário do Instituto para Desenvolvimento do Varejo foi sobre crédito e juros. Os executivos estiveram nesta semana com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e também o pressionaram pela redução da Selic.
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