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Haddad defende honestidade intelectual na agenda de gastos e diz que não alivia nem para PT

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse há pouco que é preciso ser intelectualmente honesto e colocar "na mesa" a realidade sobre os gastos públicos brasileiros. Haddad enfatizou que, diante dos números, ele não "alivia" nem para os governos do PT.

Giordanna Neves e Eduardo Laguna (via Agência Estado)

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Escrito por Giordanna Neves e Eduardo Laguna (via Agência Estado)
Publicado em 16.09.2024, 21:28:00 Editado em 16.09.2024, 21:35:22
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse há pouco que é preciso ser intelectualmente honesto e colocar "na mesa" a realidade sobre os gastos públicos brasileiros. Haddad enfatizou que, diante dos números, ele não "alivia" nem para os governos do PT.

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"Precisamos ser intelectualmente honestos uns com os outros e botar números na mesa, verificar onde problema começou. Não sou uma pessoa que alivia nem para os governos do PT, número é número e tem de encarar. É só com essa verdade que vamos encontrar o caminho da sustentabilidade estrutural, que é objetivo central da Fazenda", disse o ministro durante evento promovido pelo Valor Econômico.

Haddad reconheceu a dificuldade em avançar na agenda de revisão de gastos - que vem sendo cobrada frequentemente pelo mercado -, mas reforçou que a solução precisa ser construída na política.

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"Não adianta você ir para o embate com uma derrota certa. É um processo de convencimento (...) É difícil, ninguém quer ceder, todo mundo acha que o seu ministério é o mais importante, que sua agenda é a mais importante, que ele é o farol do desenvolvimento. Normal. Mas estamos em trabalho exaustivo de ir explicando como a ecologia da coisa tem que funcionar", reforçou.

Haddad disse ainda que a equipe econômica não nega a existência dos problemas envolvendo as despesas do governo. "O problema é quando você nega a questão. Quando você passa a negar que o problema existe, aí você está com risco sério de se dar mal. Mas não estamos fazendo isso nem um dia", afirmou. Ele foi questionado sobre os limites na agenda de revisão de gastos e sobre a eventual necessidade de promover uma nova reforma da previdência ainda no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

BC

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Haddad assegurou que as indicações à diretoria do Banco Central (BC) têm princípio técnico e não político. Ao comentar a escolha de Gabriel Galípolo para o comando do BC a partir de janeiro, Haddad sustentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não indica nomes para que eles façam o que o chefe do Executivo quer.

Os membros indicados pelo governo ao BC, emendou Haddad, chegam à instituição porque foram destacados como técnicos capazes de fazer o Brasil atingir as metas de inflação, levando em consideração indicadores econômicos e o novo regime de meta continua.

Haddad frisou que o governo está aperfeiçoando o tripé econômico, com inovações nos campos fiscal, monetário e cambial.

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Ao ser questionado sobre as decisões de juros que acontecerão, na quarta-feira, no Brasil e nos Estados Unidos, Haddad avaliou que houve um descompasso dos bancos centrais no mundo. Ele lembrou que, após o mercado prever o início dos cortes de juros nos Estados Unidos em junho, a comunicação, que julgou como "torta" do Federal Reserve, levou muitos investidores a imaginar que a instituição subiria sua taxa.

As incertezas sobre os Fed Funds, pontuou Haddad, complicaram a situação no Brasil, contribuindo a uma série de desancoragens. Com a perspectiva de cortes de juros pelo Fed, juntando-se ao Banco Central Europeu (BCE), o ministro entende que está acontecendo uma recoordenação dos bancos centrais. "Essas considerações que o Banco Central do Brasil terá que levar em conta para a tomar decisão", comentou Haddad, ao abordar a reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom).

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