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Haddad: cenário externo impõe realidade nova e é preciso voltar à mesa para avaliar ajuste

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta sexta-feira, 17, que, diferentemente do que estava previsto, é possível que os Estados Unidos mantenham os juros elevados. Com essa nova realidade, disse, é possível que a equipe econômica precise volt

Giordanna Neves, Fernanda Trisotto e Amanda Pupo (via Agência Estado)

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Escrito por Giordanna Neves, Fernanda Trisotto e Amanda Pupo (via Agência Estado)
Publicado em 17.01.2025, 16:53:00 Editado em 17.01.2025, 17:00:16
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou nesta sexta-feira, 17, que, diferentemente do que estava previsto, é possível que os Estados Unidos mantenham os juros elevados. Com essa nova realidade, disse, é possível que a equipe econômica precise voltar à mesa para discutir novos ajustes na política fiscal.

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"Pode haver uma política fiscal e monetária nos Estados Unidos que mantenha o nível de juros muito alto. Ninguém previa o que ia acontecer no segundo semestre. Aumento de tarifa, de aumento até do déficit fiscal, que pode manter a taxa por mais tempo, esse cenário não estava colocado", disse em entrevista à CNN Brasil.

"Diante disso, precisamos voltar à mesa, à planilha, é uma realidade nova. Precisamos observar e pensar bem no que fazer, um ajuste que penalize menos possível ou não penalize quem precisa dos serviços públicos", continuou o ministro.

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Medidas

Haddad voltou a dizer que não pode anunciar medidas fiscais sem que as tenha submetido antes ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "Tudo será novidade quando for anunciado, não tem como não ter", respondeu Haddad ao ser questionado, na entrevista à CNN Brasil, se mais iniciativas de contenção de gastos seriam submetidas ao Congresso.

"O trabalho da minha equipe todo santo dia é chegar pensando em fórmulas para melhorar o ambiente de negócios e outra tarefa é arrumar a bagunça que herdamos do governo anterior", disse Haddad, que voltou a criticar decisões do governo Bolsonaro que aumentaram os gastos do Executivo federal.

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Ele mencionou o "calote dos precatórios" e o pagamento de emendas parlamentares, que aumentou nos últimos anos. "O nível de emendas parlamentares herdado estamos pagando, com toda a dificuldade envolvendo o Supremo, Legislativo, Executivo. Essas contas todas estão sendo pagas agora e foram contratadas no governo anterior e, às vezes, estão na Constituição. Teve o calote dos precatórios, é muito fácil começar a dar calote fica fácil arrumar a dívida", disse em referência a PEC dos Precatórios.

Haddad afirmou também que há benefícios fiscais que devem e precisam ser mantidos, mas ponderou que não se pode abusar da fórmula. "Quem vai dar a última palavra não sou eu ou Lula, é o Congresso", comentou o ministro sobre a reforma da renda, reforçando sua defesa pela busca da justiça tributária.

"Se não formos em busca de justiça tributária, e combater o gasto tributário e primário ineficientes, não vamos conseguir reequilibrar nada, e estou falando de uma história de dez anos", afirmou Haddad, que disse ainda reconhecer que há muito a ser feito. "Quando agências de risco aumentaram nossa nota, não se viu ministro soltando foguete, porque temos muito a fazer", disse o ministro.

Ele lembrou que Lula enviou ao Congresso no ano passado o projeto de reforma da Previdência dos militares e um comando para acabar com os supersalários no funcionalismo público. "Você tem que cobrar providências do Presidente, e ele está tomando", defendeu o ministro, segundo quem a Fazenda vai trabalhar no aspecto fiscal estrutural para conter a trajetória da dívida.

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