O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, 30, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira como os indicados pelo Palácio do Planalto para as duas vagas que serão abertas no fim deste ano na diretoria do Banco Central. Picchetti assumirá a Diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, enquanto Teixeira ficará com a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. Eles substituirão Fernanda Guardado e Maurício Moura, respectivamente. O mandato dos dois diretores expira em 31 de dezembro. Assim, portanto, os indicados poderão iniciar seus trabalhos no início do ano que vem. Havia uma grande expectativa de que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciasse os nomes na última sexta-feira, durante café da manhã com jornalistas, mas o chefe do Executivo salientou que "as coisas vão acontecer no momento que tiverem que acontecer" e não deu pistas sobre os novos integrantes desejados pelo Planalto para os cargos. A indicação do presidente precisa passar agora pelo crivo dos senadores durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa. Historicamente, a CAE não cria obstáculos para os nomes propostos pelo Executivo ao BC. As escolhas já foram informadas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de acordo com o governo, que guardou os nomes a sete chaves. Ao contrário da rodada anterior, a apresentação das indicações agora ocorre com tempo hábil para que as cadeiras não fiquem vagas. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é formado por oito diretores mais o presidente, num total de nove membros. Na etapa anterior, Lula indicou - e o Senado aprovou - os nomes de Gabriel Galípolo para a Diretoria de Política Monetária e de Ailton de Aquino para a Diretoria de Fiscalização. Mesmo após a entrada dos dois novos indicados por Lula, o Copom segue sendo formado majoritariamente por integrantes escolhidos no governo de Jair Bolsonaro. O Comitê apenas terá maioria de indicações de Lula quando Campos Neto deixar a instituição, o que está previsto para o fim de dezembro do ano que vem. Esse escalonamento dos mandatos dos diretores foi aprovado pelo Congresso por meio da Lei de Autonomia do BC.
O ministro da Fazenda elogiou o trabalho dos dois indicados pelo governo para assumirem postos no Banco Central. Avisou, porém, que os dois não conversarão com a imprensa até serem sabatinados pela CAE do Senado e receberem aval dos parlamentares para os cargos. Haddad explicou que atrasou a divulgação dos nomes porque queria conversar antes com o presidente do Banco Central. O ministro contou que Picchetti é um professor muito conhecido pela imprensa por estar sempre em divulgações de índices de inflação e tem grande repertório acadêmico. Teixeira, por sua vez, conforme o ministro, é antigo funcionário do BC e passou por alguns cargos importantes em alguns governos, como na prefeitura de São Paulo, quando Haddad era prefeito, e também no governo federal. Hoje trabalha na Casa Civil. "Vocês terão a oportunidade de ver a contribuição que já deram ao País", disse Haddad em coletiva. "É certeza absoluta que são pessoas que darão grande contribuição para o governo", reforçou, acrescentando que Teixeira o ajudou na reestruturação de carreiras na prefeitura de São Paulo e que vai poder, no BC, fazer a mediação necessária com governo federal neste momento. "Ambos têm respeito de seus colegas e dos demais diretores."
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