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'Há sinais de fragmentação do comércio mundial, mas ainda não 'desglobalização', diz Gopinath

A primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou para os crescentes sinais de fragmentação da economia global, embora entenda que o cenário atual ainda não se configura uma 'desglobalização' - fenômeno que de

André Marinho (via Agência Estado)

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Escrito por André Marinho (via Agência Estado)
Publicado em 07.05.2024, 21:38:00 Editado em 07.05.2024, 21:43:31
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A primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou para os crescentes sinais de fragmentação da economia global, embora entenda que o cenário atual ainda não se configura uma 'desglobalização' - fenômeno que descreve a significativa reversão da integração comercial do planeta.

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Em longo discurso na Stanford Institute for Economic Policy Research, Gopinath explicou que os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) têm sido redirecionados com base em parcerias geopolíticas. Um sinal disso é o fato de vários países reavaliarem o papel do dólar em suas trocas comerciais, de acordo com ela.

Para Gopinath, o processo não necessariamente é negativo, porque pode ajudar os países a criarem resiliência. "Mas se a tendência continuar, poderemos ver um amplo retrocesso nas regras globais de engajamento e, com isso, um uma reversão significativa dos ganhos da integração econômica", adverte.

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A economista afirma que as restrições ao comércio mais que triplicaram desde 2019, sobretudo após a invasão da Rússia à Ucrânia, em 2022. Apesar disso, a proporção do comércio para o Produto Interno Bruto (PIB) permanece estável entre 41% e 48% desde a crise financeira global de 2008, conforme Gopinath.

Para ilustrar o contexto, Gopinath separou o mundo em três blocos: um com os país alinhados aos EUA, outro com as nações mais ligadas à China e um terceiro grupo das economias neutras.

Segundo ela, houve uma diminuição no crescimento do comércio entre esses agrupamentos, mas não foi tão grave. "Isto acontece porque parte do comércio e do investimento estão sendo reencaminhados através de países terceiros, compensando parcialmente a erosão das ligações diretas entre os EUA e a China", destaca.

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