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Galípolo: momento é de ingresso em nível de juro que é 'contracionista com alguma segurança'

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira, 27, que a cúpula da instituição tem buscado entender se o atual nível da Selic, de 14,25% ao ano, é contracionista o bastante para levar a inflação para a meta. "A gente está ingre

Cícero Cotrim, Célia Froufe e Eduardo Laguna (via Agência Estado)

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Escrito por Cícero Cotrim, Célia Froufe e Eduardo Laguna (via Agência Estado)
Publicado em 27.03.2025, 14:10:00 Editado em 27.03.2025, 14:15:06
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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira, 27, que a cúpula da instituição tem buscado entender se o atual nível da Selic, de 14,25% ao ano, é contracionista o bastante para levar a inflação para a meta. "A gente está ingressando num ambiente, num patamar de taxa de juros, que é contracionista com alguma segurança mesmo para quem tem um nível de taxa de juros neutra mais elevado. A gente está em um processo de continuar olhando a atividade econômica a partir dessas defasagens e os outros elementos que a gente conseguiu elencar aqui", considerou, durante entrevista coletiva para detalhar o Relatório de Política Monetária (RPM), divulgado pelo BC no período da manhã, ao explicar que as defasagens se referem aos mecanismos comuns de transmissão da alta de juros para a economia.

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Galípolo voltou a revelar o desconforto de todo o board do BC em relação à continuidade das altas das expectativas de inflação. "As expectativas nos incomodam muito, e no nível de desancoragem de todos os demais elementos de uma inflação corrente", considerou.

O presidente da autoridade monetária voltou a dizer sobre a importância de continuar a monitorar o máximo possível a quantidade de dados para que o BC possa ganhar confiança. "A gente está tateando agora esse processo para entender se esse nível de política monetária, que está contracionista, mesmo que tenha taxa de juros neutra mais elevada, se é contracionista o suficiente para que a gente possa fazer a contingência dentro do horizonte que a gente está estabelecendo", reforçou.

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Galípolo reafirmou que o BC tem falado em defasagens para explicar mecanismos de transmissão. "Então a gente está falando em defasagem muito mais para explicar o que é um mecanismo que a gente espera de transmissão a partir de a gente ter acabado de entregar praticamente 300 bases points de elevação em taxa de juros e adentrar um patamar que é contracionista, mesmo que a gente considerasse taxa de juros neutra mais elevada."

Conforme o presidente do BC, há um processo de reunir a maior quantidade de informações possível para que o colegiado ganhe confiança sobre a velocidade de convergência para a meta de inflação. "Essa é a principal resposta aqui", afirmou, acrescentando o cenário base do colegiado tem se confirmado recentemente. "Querer garantir esse grau de liberdade (sem um guidance) significa que a gente quer continuar reunindo informações para ir analisando, reunindo essas informações a partir de um cenário de pós elevação da taxa de juros do patamar que nós temos."

Desancoragem das expectativas

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Galípolo voltou a dizer que a desancoragem das expectativas para a inflação é um dos temas que mais o incomodam, principalmente em um momento de tendência de aperto da política monetária.

Ele repetiu que, em viagens, recebe de pares um estranhamento com o fato de o Brasil conviver muitas vezes com taxas de juros relativamente elevadas, quando comparado a outros países e, ainda assim, se ver um nível de atividade econômica mais dinâmico.

"É o caso que nós estamos vendo agora. É super comum, quando eu viajo, ser perguntado pelos meus pares como é possível estar na mínima da taxa de desemprego da série histórica e, sinceramente, uma taxa de juros que, para um outro país, seria entendido como uma taxa de juros bastante contracionista", relatou o presidente do BC.

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Tarifas dos EUA

Ele disse ainda que a autarquia ainda tenta entender para onde a curva de oferta dos Estados Unidos vai se deslocar após o choque de tarifas comerciais promovido no país. Essas tarifas devem produzir um choque de oferta, mas a sua natureza ainda não está clara, afirmou

"Diferente dos choques de oferta tradicionais, que você tenderia a imaginar que pode produzir algo passageiro, nós estamos tentando entender para onde se desloca a curva de oferta a partir de você ter a aplicação desse choque de oferta", disse Galípolo.

Ele explicou que o BC já tinha, no seu balanço de riscos, "um pouco dos impactos do cenário internacional." No entanto, destacou que os efeitos do choque tarifário são como uma materialização parcial dos riscos.

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