O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 23, que os Estados Unidos podem ter mais gastos este ano com juros do que com o orçamento militar. Isso, de acordo com ele, pode afetar o déficit nominal do País em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), e levando o quadro lá a ficar similar ao brasileiro.
O economista comentou que a necessidade de financiamento americano deve ficar em cerca de US$ 200 bilhões por mês. De acordo com ele, os EUA vivem um mundo hoje em que brasileiros estão mais "acostumados a navegar". O impulso fiscal no país, conforme o diretor, gera necessidade de financiamento maior, o que acarreta reflexos nos preços. "Existe a discussão de quanto a oferta está estimulando abertura das taxas, dos prêmios", afirmou salientando que o mercado de money market passou a virar uma classe de ativos.
Somado a esse quadro, o diretor disse que a percepção dos agentes é a de que a resiliência da economia dos EUA está maior. Sobre a China, ele voltou a comentar que o país deve se deparar com o dilema entre internacionalizar o renminbi e perder o controle sobre câmbio, uma questão que também já foi enfrentada por outros países.
Galípolo participa nesta noite da XXI Semana de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) sobre Reforma Tributária e Política Monetária.
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