O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira que existe "coesão" entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Na avaliação dele, a unidade nas avaliações vai ficar mais clara à medida que o tempo passar.
"Com o tempo, vai ficar cada vez mais claro que existe essa coesão, que é própria de quem está submetido aos mesmos dados o tempo todo, debatendo e em um ambiente de muita honestidade intelectual", disse o diretor, em um webinar da Warren Investimentos.
Galípolo defendeu que o consenso é importante porque a chance de os nove membros do Copom errarem é menor do que de um diretor errar sozinho. Mesmo assim, disse considerar importante que cada um dos membros vote de forma coerente com o que acredita, e que o consenso "não vire um escudo" para evitar críticas.
"Quando eu entrar numa reunião do Copom pensando que vou fazer isso ou aquilo com receio de tomar críticas de A ou de B, eu vou começar a empilhar decisões equivocadas e vou ter muita dificuldade", disse Galípolo. "Ser criticado ou não ser criticado não é uma opção, a gente não controla isso. A única coisa que a gente controla é ter a coerência para poder ter paz de espírito e fazer aquilo que a gente realmente acredita."
O diretor acrescentou que as reuniões do Copom se dão em ambiente tranquilo e que isso foi verdade mesmo no encontro de maio, quando houve uma divisão dos membros. Ele lembrou que a divergência entre um corte de 0,5 ou 0,25 ponto porcentual ocorreu no intervalo de confiança dos modelos.
Galípolo ainda acrescentou que, embora tivesse votado por um corte de 0,5 ponto porcentual na Selic em maio, defendeu os méritos dos diretores que votaram por um corte menor, de 0,25 ponto. Também fez um elogio à equipe técnica do BC e ao diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, dizendo que os dados compilados por eles dão "muita segurança" na hora de definir os juros.
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