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'Fritado' por Cristina Kirchner, ministro da Economia da Argentina renuncia

O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, renunciou ao cargo neste sábado, 2, em meio à crise política que contrapôs o presidente do país, Alberto Fernández, e o grupo liderado pela vice-presidente Cristina Kirchner. O governo ainda não anunciou

André Marinho (via Agência Estado)

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Escrito por André Marinho (via Agência Estado)
Publicado em 02.07.2022, 20:15:00 Editado em 02.07.2022, 20:20:28
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O ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, renunciou ao cargo neste sábado, 2, em meio à crise política que contrapôs o presidente do país, Alberto Fernández, e o grupo liderado pela vice-presidente Cristina Kirchner. O governo ainda não anunciou um novo nome para comandar a pasta.

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Após Guzmán anunciar renúncia ao cargo, o secretário de Fazenda do governo, Raúl Enrique Rigo, também informou que deixará a equipe econômica. Número 2 da pasta desde 2019, Rigo defendia a política capitaneada pelo chefe e criticada pela vice-presidente Cristina Kirchner.

Em mais de duas décadas de carreira, Rigo teve passagens por diversas áreas do serviço público e atuou como Subsecretário do Orçamento Nacional entre 2002 e 2017. O economista também foi assessor presidencial em diferentes governos.

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Carta

Em carta endereçada a Fernández publicada no Twitter, Martín Guzmán não especificou os motivos que levaram à decisão, mas defendeu a política econômica adotada desde que tomou posse, em 2019. Em particular, o economista de 39 anos enfatizou os desafios na reestruturação da dívida externa, que vinha sendo duramente criticada por Kirchner.

"Jogamos muito duro, com ações concretas, a grande maioria invisíveis ao público devido às características do problema a ser resolvido, e não com retórica inconsequente", escreveu.

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Guzmán buscou apresentar uma retrospectiva da sua gestão à frente do ministério, a começar pela recessão deflagrada pela pandemia de coronavírus. Segundo ele, as autoridades argentinas trabalharam para mitigar o "golpe tremendo" causado pela covid-19. "Quando mais necessitava do Estado para conseguir proteger o tecido social e produtivo da nação, nos encontramos com um Estado profundamente debilitado", pontuou.

O foco da carta, no entanto, se concentrou na questão do endividamento. Em 2020, Buenos Aires fechou um acordo para reestruturar US$ 65 bilhões em dívida soberana com três grupos de credores estrangeiros. Em seguida, o governo voltou o foco para o passivo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), emitido durante a gestão do ex-presidente Mauricio Macri, que enfrentou uma crise de forte desvalorização do peso argentino.

Em março deste ano, o país latino-americano acertou um acordo para pagar cerca de US$ 44 bilhões ao FMI entre 2026 e 2034. Como contrapartida, a gestão de Guzmán se comprometeu a reduzir o déficit fiscal 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 para 0,9% em 2024.

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O pacto, entretanto, dividiu o governo de Fernández. A vice-presidente Kirchner fez diversas críticas públicas às promessas de redução dos gastos públicos. A ex-presidente também demonstrou insatisfação com a política energética e a diminuição dos subsídios a combustíveis.

Inflação

A Argentina enfrenta uma das mais elevadas taxas de inflação no mundo, com o índice de preços ao consumidor em alta de mais de 60% na comparação anual de maio. O cenário intensifica o movimento de fuga de dólares do país, cujas reservas internacionais estão em níveis ínfimos. Desde o início do ano, o dólar avançou mais de 20% ante o peso argentino, cotado a 125,453 pesos na sexta-feira, dia 1º.

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