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FMI: provisão bancária dos EUA cresce em ritmo mais lento que inadimplência em imóvel comercial

Os bancos dos Estados Unidos continuaram aumentando as provisões para fazer frente à inadimplência em créditos associados a imóveis comerciais, mas em um ritmo mais lento do que o crescimento dos empréstimos inadimplentes, diz o Fundo Monetário Internacio

Patricia Lara, especial para a AE (via Agência Estado)

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Escrito por Patricia Lara, especial para a AE (via Agência Estado)
Publicado em 05.03.2024, 16:49:00 Editado em 05.03.2024, 16:56:07
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Os bancos dos Estados Unidos continuaram aumentando as provisões para fazer frente à inadimplência em créditos associados a imóveis comerciais, mas em um ritmo mais lento do que o crescimento dos empréstimos inadimplentes, diz o Fundo Monetário Internacional em relatório divulgado nesta terça-feira. Mesmo assim, o FMI identificou diminuição das vulnerabilidades do sistema bancário norte-americano, depois do estresse de março e abril de 2023.

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Como resultado da expansão mais lenta do que a necessária da provisão, "a proporção de cobertura para imóveis comerciais - a proporção de reservas para perdas com empréstimos para cobrir perdas futuras com inadimplência - caiu para 154%, de 200% no setor bancário, com uma diminuição mais pronunciada entre os bancos globais sistemicamente importantes dos EUA em comparação com outros bancos", avalia o FMI.

Diante disso, o setor bancário dos EUA se debate com um risco de crédito mais elevado diante da exposição ao setor de imóveis comerciais e desafios estruturais trazidos pela pandemia. O segmento de imóveis comerciais enfrenta, por sua vez, o desafio das condições apertadas de mercado para algumas propriedades, bem como o número crescente de falta de pagamentos, diz o FMI.

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À medida que o setor imobiliário lida com a queda nos preços dos imóveis e o aumento dos imóveis vagos, a taxa de inadimplência nos empréstimos para imóveis comerciais nos bancos dos EUA dobrou no final de 2023, atingindo 0,81%, contra apenas 0,41% em no final de 2022, com os grandes bancos reportando um aumento significativo (+153 pontos-base) em comparação com os pequenos (+44 pontos-base) e bancos regionais (+49 pontos-base).

"Neste contexto, é necessária vigilância contínua para monitorar vulnerabilidades e concentrações no setor de imóveis comerciais, para minimizar riscos potenciais aos credores e riscos à estabilidade financeira", recomenda o fundo.

Algumas autoridades já alertaram sobre as consequências das deficiências na gestão de riscos e defenderam medidas adequadas, face a este risco específico. Nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tomou medidas para reforçar os esforços de supervisão para abordar as lições aprendidas com a falência dos grandes bancos. Os esforços incluem o melhoramento da supervisão dos riscos de liquidez e de taxa de juro, através da condução de revisões direcionadas a bancos que apresentam perfis de taxas de juros e de risco de liquidez mais elevados.

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O Fed também está monitorando a "potencial deterioração do crédito" nos segmentos de imóveis comerciais e de empréstimos ao consumidor, enfatizando a importância de reservas de capital adequadas para suportar potenciais perdas futuras, diz o FMI. O fundo preconiza que os dirigentes ajam rapidamente e forneçam apoio de liquidez, para evitar acontecimentos sistêmicos que possam minar a resiliência do sistema financeiro global.

"Se a estabilidade financeira estiver ameaçada, manter a confiança é fundamental", salienta o FMI no documento elaborado por Tobias Adrian, Nassira Abbas, Silvia L. Ramirez e Gonzalo Fernandez Dionis.

Entre as outras vulnerabilidades persistentes, o fundo cita o fato de as instituições não terem realizado perdas associadas às taxas de juros. A dimensão das perdas não realizadas nos balanços dos bancos chegava a US$ 477 bilhões no final do quarto trimestre de 2023, calculam os analistas do FMI.

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